segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pan troglodytes

Ao ler “ Os Senhores do Tempo” de Tim Flannery, o melhor livro sobre o aquecimento global e as alterações climáticas, não pude deixar de reflectir sobre a existência no concelho de Odivelas de alguns exemplares de Pan troglodytes. A minha resistência à colocação do urso na bandeira do concelho, animal que segundo a lenda terá lutado com el rei D. Dinis, foi esboroada quando convoquei os conhecimentos de um eminente botânico, o Professor Doutor Fernando Catarino.
A possibilidade da existência de ursos em Odivelas tem sustentabilidade, pois a existência destes animais acompanhava a mancha de Quercus pyrenaica (carvalhos) na península ibérica e esta mancha vinha até a região de Sintra. Mas sobre a existência de Pan troglodytes, talvez as alterações climáticas encontrem explicação (há opiniões que dizem ter conhecimento da existência de alguns exemplares, mas supunha-se estarem extintos). Não podendo ser atribuída às alterações climáticas a sua ressureição, só me resta dizer que tal como o médico que criou o Frankenstein e lhe perdeu o controlo, em Odivelas tivemos uma experiência idêntica.



Pan Troglodytes tentando perceber o PDM (pão de milho)

Mas como reconhecê-los e até distingui-los do Pan paniscus? É fácil. Os exemplares de Odivelas proferem discursos, que são um rebate de estafados palavrões grotescos e de banalidades descompostas de pensamento e de gramática, indigestas e insípidas, proferidas de ordinário com um bambaleio característico.
Tenho-me interrogado sobre o que poderá ter provocado nestes exemplares, machos e até uma fêmea, que “parece” letrada e até escreve, esses ódios sem razão, esses rancores injustificados, essas invejas acres, esse azedume, e cheguei à conclusão, consultando os meus apontamentos de biologia animal, no tempo de faculdade, que é a ténia. Estes exemplares estão afectados pela bicha e necessitam ser desparasitados, porque o seu modo de pensar, de dizer, e criticar, de atacar, não é uma filosofia, é um verme. Tal como diria Eça de Queirós, o seu mal, o mal do seu espírito, não se cura com princípios, com conselhos, com reflexões, é com pevide de abóbora.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

2010 – Ano Internacional da Biodiversidade

As cegonhas (T1, com vista para o mar)



Litoral Alentejano – cabo Sardão

Fotos gentilmente cedidas pela Ana Gomes

À descoberta das árvores de Odivelas

foto - rua Alves Redol

Família: Myrtaceae
Nome científico: Eucalyptus globulus
Nome vulgar: eucalipto

Não é vulgar utilizar o eucalipto como árvore de arruamento ou de jardim. Na cidade de Odivelas existem 3 aglomerados de eucaliptos em jardins. Na rua Alves Redol e no jardim do Castelinho. Trata-se da espécie mais comum em Portugal, o Eucalyptus globulus. Esta espécie exótica foi introduzida em Portugal em meados do século XIX e é originária da Tasmânia e Austrália. É uma árvore de folhas persistentes, de grande porte, com uma altura que pode atingir os 70 - 80 m em árvores adultas velhas.
A esta espécie de Eucalipto foi-lhe dado o nome de globulus, em virtude dos seus frutos lembrarem os antigos botões do vestuário. As suas folhas têm um odor agradável e penetrante e ajudam a diminuir rinite, bronquite, sinusite e tosse.
Os seus troncos são utilizados pela indústria da celulose para o fabrico de pasta de papel.

fotos - Jardim do Castelinho

terça-feira, 13 de abril de 2010

Tributo a Nascimento Rodrigues



Morreu Nascimento Rodrigues.

Agora que me preparo para voltar à terra que nos viu nascer, o melhor tributo que lhe posso prestar é divulgar o endereço do seu blogue e o seu último post, precisamente Benguela, a minha terra natal.


Obrigado Nascimento Rodrigues.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas

No concelho de Odivelas os paisagistas foram afoitos na colocação de palmeiras. Das vivendas onde dão as boas vindas (apesar de não ser aconselhável a sua plantação nos jardins das vivendas, por necessitarem de bastante espaço, é vê-las como guardiãs à entrada), aos jardins públicos, nas rotundas ou dispostas em alinhamento no meio das vias, umas vezes só, outras fazendo companhia aos jacarandás (urbanização das colinas do cruzeiro), é vê-las majestosas dominando a paisagem.
Já os populares cantavam que "são altas as palmeiras no bairro das Patameiras", (largo das Patameiras e Avenida D.Dinis) talvez as primeiras a serem plantadas na cidade, mas podemos também encontrá-las junto às piscinas municipais e ocupando as pracetas adjacentes.
Eugénio de Andrade na sua poesia convoca por diversas vezes as palmeiras. Na obra Ofício de Paciência, o poeta caracteriza de um modo extraordinário esta majestosa e exótica “árvore”, consagrando-lhes este evocativo texto:

Também o deserto vem
do mar. Não sei em que navio,
mas foi desses lugares
que chegaram ao meu jardim
as palmeiras.
Com o sol das areias
em cada folha,
na coroa o sopro
húmido das estrelas.
(Andrade, 2005: 496)

As palmeiras pertencem à Família Arecaceae e não são consideradas árvores, porque não têm ramos e também não possuem casca e anéis de crescimento e por isso o “tronco” designa-se por espique. Em Odivelas abundam as Washingtonia robusta. Esta palmeira tem origem nos vales da montanha do deserto e nas gargantas de Sonora e baixo México.



Foto Washingtonia robusta na avenida D. Dinis

Foto Washingtonia robusta no largo das Patameiras


Foto Washingtonia robusta junto às piscinas municipais

Ao contrário do que se possa pensar, as palmeiras não têm todas a mesma origem. Com origem em África temos a Phoenix canariensis ou Palmeira-das-canárias e a Phoenix dactylífera ou Tamareira.


Foto Phoenix canariensis


Foto Phoenix canariensis

Na urbanização das colinas do cruzeiro em Odivelas, encontramos alguns exemplares de Phoenix dactylífera ou tamareira. Esta palmeira tem origem no Norte de África. É uma das primeiras plantas cultivadas pelo Homem. Os povos do Norte de África e do Médio Oriente dependem desta palmeira para a sua alimentação há milhares de anos. Da sua seiva pode elaborar-se mel e vinho de palma. Das suas folhas jovens podem confeccionar-se saladas.


Foto Phoenix dactylífera (as mais altas na imagem)

Foto Phoenix dactylífera


Foto Phoenix dactylífera

Foto Phoenix dactylífera


Foto Phoenix dactylífera com as tâmaras

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Jardim das Escadinhas

De mato a jardim.

No espaço conhecido como jardim das escadinhas (nome atribuído pelos alunos da escola Máxima Vaz, contígua ao jardim), localizava-se em tempos um talude cheio de mato e lixo. Os habitantes desta zona da cidade, principalmente aqueles que residem nos prédios circundantes ao espaço, aspiravam há muito, pelo cumprimento das promessas do urbanizador, quando ali compraram os seus andares (ainda não existia o concelho de Odivelas, nem com ele se sonhava). O urbanizador esfumou-se há muitos anos e Odivelas herdou este espaço desqualificado, mesmo no coração da cidade. A câmara municipal resolveu no ano de 2008 e 2009 deitar mãos à obra e transformar este local num lugar aprazível, que pudesse ser desfrutado pelas pessoas.

Fotos construção


O resultado está á vista. O nome faz jus às escadinhas existentes, todas em madeira amigas do ambiente e até a iluminação é constituída por candeeiros solares, que transformam a noite em dia.


Fotos iluminação


Jardim das Escadinhas