terça-feira, 20 de novembro de 2012

Tão parecidos que nós somos!


Interessante a análise do Politólogo José Adelino Maltez, ao Expresso. Portugal, diz ele, em termos partidários, é o mais alemão de todos os sistemas políticos europeus. O PS foi fundado nos arredores de Bona, e copiou o SPD, quando ele era mais marxista; o PSD copiou o SPD de Helmut Smith, quando deixou de ser marxista; o CDS inspirou-se na CDU: e o PCP era solidário com a RDA. Somos o sistema mais germânico. 
É pena as nossas semelhanças, se limitarem apenas aos partidos e não aos dirigentes. Estaríamos todos bem melhor…

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Pois....

Para além da austeridade aplicada ao português comum os funcionários públicos tiveram um corte de 10% do vencimento, pagam mais contribuições, tiveram maiores penalizações no caso das reformas antecipadas e perderam dois subsídios. Qual foi a posição de quase todos os que agora protestam e acusam o governo de brutalidade? Ficaram calados, optaram pelo cinismo de ficarem em silêncio pensando que se sacrificavam alguns portugueses e os outros se escapavam.  
Por cá enquanto a austeridade atingiu os funcionários públicos ninguém se importou, quando se aumentaram os impostos sobre o consumo dos mais pobres ninguém se importou, quando se aumentaram os passes sociais e se cortaram nas prestações sociais ficaram calados, quando os professores começaram a ser despedidos em massa ninguém protestou, mas agora que a brutalidade da austeridade chegou sob a forma de meia dose aos jornalistas, aos advogados e a muitos opinion maker aqui del Rei que a austeridade é demais. 
Os funcionários públicos podiam perder o equivalente a 3,4 vencimentos que não havia problema, estava tudo a correr sobre rodas, mas quando os outros têm de pagar o equivalente a um vencimento é o ai Jesus que o país já não aguenta mais austeridade, até parece que até aqui tudo estava a correr bem e que a austeridade estava a ser ministrada em doses equilibradas e de forma inteligente e competente. Os que pensavam que se sacrificavam os funcionários públicos numa noite dos cristais e tudo estava resolvido enganaram-se. 
Mas mais uma vez temos que recordar o famoso poema de Bertolt Bretch 
Primeiro levaram os negros 
Mas não me importei com isso 
Eu não era negro 
Em seguida levaram alguns operários 
Mas não me importei com isso 
Eu também não era operário 
Depois prenderam os miseráveis 
Mas não me importei com isso 
Porque eu não sou miserável 
Depois agarraram uns desempregados 
Mas como tenho meu emprego 
Também não me importei 
Agora estão me levando 
Mas já é tarde. 
Como eu não me importei com ninguém 
Ninguém se importa comigo.  

Bertold Brecht (1898-1956)

Francisco Simões

No atelier do grande mestre Francisco Simões, uma referência nacional e mundial na escultura.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Educação: um direito ou uma responsabilidade pessoal?

As eleições de 2011 e a alternância política daí resultante, abriram utilizando a terminologia de Kingdon, uma janela de oportunidade para a implementação de uma outra política educativa. 
O ministro Nuno Crato colocou na agenda de decisão do governo, a reforma da estrutura curricular. Abandonou-se o currículo centrado no aluno, “o eduquês” na terminologia do Nuno Valente, Nuno Crato e outros, a vai passar a utilizar-se um currículo centrado no conhecimento. 
Voltaram os exames no 4.º e 6º ano. Diz o ministro, que mais exigência, vai motivar os professores e os alunos e assim diminuir o insucesso e abandono escolar. 
 Ao ler o livro de Diane Ravitch, uma especialista americana, responsável pelo programa NCLB (No Child Left Behind) e a sua reflexão pelo fracasso deste programa, fiquei preocupado e questiono-me: se o programa falhou nos Estados Unidos, qual o interesse da sua implementação em Portugal? 


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O Sr. Xara Brasil é muito célere a colocar no seu blogue as intervenções que o vereador Paulo Aido profere em reunião de câmara. Não me daria ao trabalho de comentar esses desideratos, porque na sua maioria são a mostra da ignorância de que quem os produz, não conhece o concelho nem os seus reais problemas, fazendo apenas demagogia sobre os mais variados assuntos. Mas como me enoja a mentira e a hipocrisia, coisa diferente do “combate” político, que é sempre legítimo, não vou permitir que uma mentira repetida tantas vezes se transforme em verdade. 
Diz o sr. vereador Paulo Aido, que as terras descarregadas na urbanização da ribeirada, permitiram a quem lá as colocou o ganho de uns milhares de euros. Bem sei que a matemática não é ciência para todos, nem onde foi buscar tal tabela de preços, mas esqueceu-se de ir averiguar, ou sequer de me perguntar, se por acaso, o empreiteiro em causa tem um vazadouro? Ou se tem no concelho algum local que necessitasse de terra, para modelar as quotas para uma futura obra? Ou está preocupado que esta câmara esteja a trabalhar?
Bem sei que apenas o move o ódio aos empreiteiros e o ataque gratuito à câmara, escondido no slogan, que para ele estão primeiro as pessoas. Resta saber quais pessoas, porque por causa destes episódios e de muitos outros, as ditas pessoas fugiram e o resultado viu-se… 

Carlos Bodião
Quando se dá boleia a alguém, que sozinho não tinha a possibilidade em andar de comboio arriscamo-nos sempre a meter na carruagem um atrasado mental

Carlos Bodião

Acima de tudo, a verdade…


Esta na hora do vereador Paulo Aido contar aos odivelenses, quanto é que a comissão instaladora lhe pagava de avença, para não fazer nada. Sim porque eu nunca vi nada produzido por esse senhor, a quem o Dr. Fernando Ferreira deu a mão, num período em que este estava desempregado e que agora lhe paga, cuspindo-lhe no prato a quem lhe matou a fome. E de caminho explicar, porque é que todas as avenças são do domínio público e foram a reunião de câmara, menos a do gabinete dele. Não me digam que não sabiam, que este vereador também tinha um avençado no gabinete a ganhar uns milhares de euros? A moral é sempre para os outros.

Carlos Bodião