quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dia Mundial do Ambiente - Programa

O regresso do táxi?

Hoje na revista Visão Bagão Félix, ex-ministro da AD de Santana Lopes e Paulo Portas, afirmava: ” Há uma razão estrutural que constitui o drama funcional do partido: Se o PSD sobe, o CDS desce”.
O CDS teme o regresso do «partido do táxi», com a ascensão de Pedro Passo Coelho e o eclipse de Paulo Portas. Em Odivelas, o CDS que sempre andou de carroça, apanhou o táxi, mas neste caso o do PSD, apesar da sua miopia e ingratidão, o levar até hoje a negar este facto histórico. Estou convencido, que em 2013, nem de táxi, nem de carroça, o seu transporte será de tipóia. Talvez por isso, se tente agora chegar ao PCP, como tem acontecido na Assembleia Municipal, onde os comunistas têm apoiado e defendido sistematicamente o CDS. A foto é ilustrativa: o deputado municipal Xara Brasil dá boleia à deputada municipal Lúcia Lemos do PCP, talvez para acertarem posições dos lugares na tipóia ou no táxi classe A.

Apertar o cordel !

Com o PEC, foi preciso apertar o cinto. Neste momento, com os novos impostos, parece ser tempo de Portugal apertar o cordel. Os mendigos não usam cinto. Passam uma guita pelas presilhas e dão um nó à frente. Creio que o que estamos a apertar agora é essa guita – ironicamente, por falta de guita.

Ricardo Araújo Pereira

A memória ou a falta dela !

A memória é a força seminal que liga os homens e unifica o tempo; a argamassa que força a identidade das pátrias e das instituições.

Quem não tem memória não vive, vegeta, porque não há vida sem referências, no sentido em que o passado é a alma do futuro. No concelho de Odivelas, há demasiada gente sem memória. Há aqueles que perderam a memória da “trampa” que fizeram durante anos a fio, e os outros cuja habilidade circense e ganância os leva a acreditar em tudo o que lhes prometem nas campanhas eleitorais e agora, dizendo-se arrependidos, esconjuram os fazedores de promessas, mesmo sabendo que já foram enganados vezes sem conta.

A uns e a outros dedico-lhes o meu mais profundo desprezo.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas

Existe nos claustros dos paços do concelho uma árvore da família das Sapindaceae.
Trata-se de um Acer campestre, cujo nome vulgar é bordo-comum, ácer comum. É uma caducifólia de até 20m, que tem origem na Europa e Ásia Ocidental.
Em Portugal presume-se que os únicos povoamentos autóctones ocorram na serra da Arrábida.



Folhas


Folhas e frutos

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O “DESPERTAR” DAS ÁRVORES

A propósito do “despertar” das árvores em mais uma primavera, não posso deixar de recordar o poema das árvores de António Gedeão e dar-vos a conhecer algumas espécies de folha caduca, que nesta altura começam a despertar.




Poema das árvores

As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.

As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.

(in: Obra Poética, Lisboa, Edições JSC, 2001)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tributo a Augusto Pais Martins

Ontem, ao arrumar alguns livros, e ao recordar as suas narrativas (eu leio de fio a pavio todos os livros que adquiro), deparei-me com um, que me deixou pensativo. Trata-se de O Grito das Capas Negras, Memorias de Augusto Pais Martins do jornalista João Paulino.
Conheci e privei com Augusto Pais Martins e por conhecer a sua obra no concelho de Odivelas, me penitencio, por também eu, me ter esquecido dele. Sendo um homem ligado ao ensino, responsável pelo lançamento em Odivelas de vários estabelecimentos de ensino, desde o pré-escolar ao ensino superior, peca por tardia, a criação de um prémio ligado ao ensino que perpetue a sua memória. Presto-lhe aqui o meu tributo. Também como professor me empenharei na criação de um prémio, que honre a sua obra. Odivelas é muito mais do que o D. Dinis.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas

Muito se tem falado e escrito sobre o “Ambiente” em Odivelas e sobretudo sobre os jardins e zonas verdes, da sua importância na qualidade de vida das pessoas, em oposição aquilo a que alguns apelidam de “selva de betão”. Os que propalam amiúde tais epítetos sobre o concelho, são os mesmos que teimam em plantar árvores no dia da árvore, sem olhar às alternativas adaptadas ao nosso País. A maior parte das árvores plantadas, acaba por morrer, porque são plantadas fora de época, não são regadas posteriormente e mais grave, são utilizadas espécies exóticas, em detrimento das mediterrânicas.
Não nos podemos dar ao luxo de ter em Odivelas “árvores com história”, como acontece em Lisboa ou no Porto, onde o coberto vegetal das cidades foi pensado e plantado por gente da ciência, da cultura e até da realeza, mas temos jardins que não nos deixam ficar mal no panorama nacional. Odivelas tem um dos melhores cobertos arbóreos dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, não no número, mas na variedade de espécies existentes e isso deveria ser um motivo de orgulho concelhio e levar-nos a olhar para Odivelas de outra maneira e a proteger as nossas árvores.

Dou-vos a conhecer o Aesculus hippocastanum, mais conhecido como Castanheiro-da-índia, árvore que podemos encontrar com muita facilidade na cidade de Odivelas e muito fácil de identificar nesta época, pois começou a florir.



Família: Hippocastanaceae
Nome científico: Aesculus hippocastanum
Nome vulgar: Castanheiro-da-índia



Flores brancas, com uma mancha rosa ou amarela na base das pétalas, dispostas em inflorescências.

O castanheiro-da-índia, é uma árvore frondosa de folha caduca, podendo atingir os 40 metros de altura. Os frutos apresentam-se numa cápsula verde, eriçada de pelos mais ou menos espinhosos e as suas sementes são semelhantes a castanhas. Floresce na primavera. A sua madeira é utilizada no fabrico de caixas, utensílios de cozinha, bengalas, etc.
Antigamente utilizava-se a sua casca para combater a febre e evitar a fragilidade capilar. Hoje da casca obtêm-se uma tinta vermelha e a sua infusão é usada internamente para combater hemorragias uterinas e hemorroidálicas, inflamações do aparelho digestivo, artrites, etc. Externamente esta é utilizada para tratamento de eczemas, feridas e queimaduras. Das sementes obtêm-se um óleo que serve para iluminação, para preparar emulsões (principalmente de óleo de fígado de bacalhau), lavagens do couro cabeludo e fabrico de cremes de beleza, é ainda um excelente vaso constritor e anti-inflamatório. O óleo pode também ser usado na alimentação humana assim como a fécula das sementes após lavagem com água alcalina. A farinha das sementes é utilizada em cosmética e a polpa no fabrico de sabões. A infusão alcoólica das suas flores é usada contra dor reumática, nevralgias e artrites.


Aesculus x carnea

Esta árvore é igualmente um castanheiro-da-índia, mas difere da anterior por ter as folhas mais escuras, mais rugosas e mais pequenas e as suas flores são rosadas ou vermelhas.


Família: Hippocastanaceae
Nome científico: Aesculus x carnea
Nome vulgar: Castanheiro-da-índia

terça-feira, 4 de maio de 2010

Regresso

Quando eu voltar,
que se alongue sobre o mar
o meu canto ao criador
que me deu vida e amor
para voltar!...
Voltar!
Ver de novo o balouçar
Da fronte majestosa das palmeiras
Que as horas derradeiras do dia
Circundam de magia.


Regressar !
Poder de novo respirar -
ó minha terra -
aquele odor escaldante
que o húmus vivificante
do teu solo encerra.


Embriagar uma vez mais o olhar,
numa alegria selvagem,
no tom gritante da tua paisagem
que o sol a dardejar calor
transforma num inferno de cor.


Não mais o pregão das varinas
nem o monótono, igual, do casario plano.
Hei-de ver outra vez as casuarinas
a debruar o oceano.
Não mais o agitar fremente
duma cidade em convulsão.
Não mais esta visão
nem o crepitar mordente deste ruído.
Os meus sentidos anseiam pela paz
das noites tropicais
em que o ar parece mudo
e o silêncio envolve tudo.

Tenho sede !
Sede dos crepúsculos africanos
Todos os dias iguais
de tons quase irreais.

Tenho saudades !
Saudades do horizonte sem barreiras,
das calemas traiçoeiras,
das cheias alucinadas !
Saudades das batucadas
que eu nunca via
mas pressentia em cada hora
soando pela noite fora !
Sim, eu hei-de voltar.
Tenho de voltar !
Não há nada que mo impeça.

Com que prazer hei-de esquecer
toda esta luta insana,
que em frente está terra angolana
a prometer o mundo a quem regressa.

Oh ! Quando eu voltar,
hão-de as acácias
rubras, a sangrar,
florir só para mim.
E o sol esplendoroso e quente,
o sol ardente,
há-de gritar,
na apoteose do poente,
o meu prazer sem lei,
a minha alegria enorme
de pode enfim dizer:
VOLTEI !

(ALDA LARA)
Hoje regresso a Angola, 30 anos depois de ter partido

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A parábola da figueira

Ao reflectir sobre o meu dia a dia no concelho e a maledicência(não dos eleitores, mas dos incréus do burgo) a que me sujeito no exercício do cargo de vereador para que fui eleito, não pude deixar de recordar uma história, que sempre me intrigou, a história da figueira estéril, narrada nos evangelhos de uma maneira em Mateus e Marcos, e doutra em Lucas. Para os que não conhecem, eis a história segundo Marcos:

“ No dia seguinte, ao saírem de Betânia, teve fome. E vendo de longe uma figueira com folhas dirigiu-se-lhe a fim de ver se nela haveria alguma coisa, mas não encontrou nada a não ser folhas porque não era tempo de figos. Tomou a palavra e disse: Que nunca mais ninguém coma fruto de ti! E os discípulos estavam a ouvi-lo.(...) E ao passarem na manhã seguinte, viram a figueira seca até às raízes. Pedro, recordando-se, disse: Rabi, eis a figueira que amaldiçoaste, secou”.
(Mc 11, 12-14; 20-21)

Esta intrigante história, que tem feito correr muita tinta ao longo de séculos entre os teólogos, ao transportar-me para Odivelas, lembra-me os detractores do costume, aqueles de que vos tenho falado, os tais que se curam com pevide de abóbora. As eleições autárquicas foram há seis meses. As idéias tal como a figueira ainda estão a criar raízes, mas os incréus deste burgo, alguns autarcas, outros nem isso, já nos exigem figos, descarregando em nós a sua enraivecida frustração, amaldiçoando-nos e tentando com isso secar-nos, tal como à figueira. A agnose desses fulanos é tal, que os aconselho a aprender agricultura, para ver se não procuram figos fora da época.

ps: a época para a figueira ter figos é em Outubro de 2013. Até lá, a figueira aceita de bom grado adubações, mondas, regas e até uma poda de conformação.

Isenção

Existem no nosso vocabulário um conjunto de palavras - substantivos, adjectivos, advérbios – cuja articulação solitária ou em combinações, se insinuam nos interstícios da linguagem quotidiana.
Um substantivo de elevada cotação nos blogues do concelho é, sem dúvida, a palavra isenção.
O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, encontra-lhe sentido ao definir isenção como qualidade do que é justo, equitativo, imparcial, isento, nobreza de carácter. Não resisti, naturalmente, a interrogar a minha situação, mas como faço parte da vasta confraria dos filhos de Adão, rapidamente cheguei à conclusão que não sou isento.
Pago IRS, IMI, Imposto de circulação, quotas ao PSD, gastos de campanha porque há caloteiros que não o fazem, etc. Também não sou isento, porque aceitei pelouros e não alinho na maledicência concelhia, diferente claro, da critica politica, que assiste a todo e qualquer cidadão, e que é o alimento da democracia. Assim, não me custa verificar e até aceitar, que andam por aí alguns órgãos de comunicação social isentos, blogues e bloguistas isentos. Afinal a condição para se ser isento neste concelho é ser do contra, não ter nada para fazer e tal como na parábola da figueira, amaldiçoá-la para ver se seca. Felizmente EU NÃO SOU ISENTO.