quarta-feira, 31 de março de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas


Cercis siliquastrum L. ou Árvore-de-Judas

No concelho de Odivelas a Cercis siliquastrum L. ou Olaia como é conhecida, está presente em todas as freguesias, adquirindo todavia maior expressão na cidade de Odivelas, onde como árvore de arruamento embeleza com as suas flores a avenida D. Dinis. É uma árvore de folha caduca, ou seja perde todas as folhas no inverno. Nesta época do ano (final de Março, início de Abril) é vê-la começar a desabrochar com o aparecimento das flores arroxeadas, que aparecem antes das folhas. As flores são comestíveis e têm um sabor acidulado.

Fotos

Família: Fabaceae
Nome científico: Cercis siliquastrum L.
Nome vulgar: Olaia, Árvore-de-Judas

As lendas populares dizem que Judas Iscariotes se enforcou numa Olaia, como arrependimento por ter vendido Jesus, tese muito controversa no seio da Igreja Católica.

Disjunções esferoidal

Nas escoadas lávicas basálticas, sobretudo naquelas que evidenciam uma disjunção prismática, os estados mais avançados são evidenciados por uma disjunção esferoidal, ou em bola, cuja progressão é igualmente facilitada pela existência de juntas horizontais (lajes) no seio da escoada.



O concelho de Odivelas é rico em episódios geológicos. Para os conhecedores da geologia ou aqueles que na faculdade tiveram o privilégio de como eu trabalhar com os grandes mestres, aqui fica um apontamento de disjunção esferoidal, na freguesia de Caneças, no bairro Monte Verde.

Muitos outros exemplos de manifestações geológicas importantes existiam no concelho de Odivelas, hoje infelizmente destruídas pelo progresso.

O bosão de Higgs ou a partícula de DEUS

A proposito da visita de Sua Santidade o Papa Bento XVI a Portugal (o representante de Deus na Terra segundo a igreja católica), o CERN anunciou ontem ter realizado com sucesso no LHC(Large Hadron Collider) a experiência de aceleração de feixes de protões e sua colisão, com o objectivo de recriar o big-bang e tentar encontrar o bosão de Higgs, também conhecido como a partícula de Deus.
Alguns cientistas temiam que esta experiência pudesse criar buracos negros que engoliriam a Terra. Felizmente isso não aconteceu e ficamos por enquanto sem saber, se a partícula de Deus existe, tal como Ele.



2010 – Ano Europeu e Internacional da Biodiversidade

A diversidade biológica ou Biodiversidade é o conjunto de todas as formas de vida que habitam o planeta, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. Refere-se à riqueza (número) de diferentes seres e à abundância relativa desses mesmos seres. Compreende igualmente os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos.

fotos gentilmente cedidas por Luis Salmonete

As principais ameaças à biodiversidade com a consequente extinção de muitas espécies vegetais e animais são a poluição, a expansão urbana e industrial, o descontrolo no uso dos recursos naturais, e a agricultura intensiva. A desflorestação é outra das causas apontadas. As estimativas dizem que a continuar esta prática, entre 5% a 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos.

A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas também pode ser prejudicial, pois acaba colocando em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país. Em Portugal temos entre outros exemplos, a acácia e os lagostins dos rios.

terça-feira, 30 de março de 2010

2010 – Ano Europeu e Internacional da Biodiversidade

Foto - Luís Salmonete

Neste ano internacional da biodiversidade, onde se lembra a importância da manutenção das espécies e dos habitats, como pilar da vida na Terra, para os que não conhecem ou já não se recordam da importância das salinas, deixo-vos uma foto das salinas de Alcochete. Uma salina é uma área de produção de sal marinho pela evaporação da água do mar ou de lago de água salgada.

Pego da Arroja



Há muitos, muitos anos, a ribeira de Odivelas corria límpida e serena. No local a que os antigos deram o nome de “pego da arroja” era possível tomar banho e lavar a roupa. Infelizmente eu não sou desse tempo, mas a paixão por esta terra levou-me a procurar quem tivesse o registo da época e do local. Para aqueles que como eu não vivenciaram estes momentos, aqui fica a prova., para que possamos todos, trabalhar com o objectivo de devolver a esta ribeira, a qualidade que ela já teve.

segunda-feira, 29 de março de 2010

2010 – Ano Europeu e Internacional da Biodiversidade

As Ratazanas



Neste ano europeu e mundial da biodiversidade, onde todos os seres vivos são importantes, não poderia passar sem vos falar das ratazanas, um dos animais mais incompreendidos por algumas pessoas. Este estigma muito forte na sociedade, está associado a doenças e pragas de outros tempos.
As ratazanas, nome científico Rattus norvegicus são animais muito simples de cuidar, amigáveis e bastante limpos. Como animal de estimação existe há mais de duzentos anos e no último século desenvolveram-se muitos padrões e cores diferentes, existindo clubes que fazem exibições no Norte da Europa e na América. A sua importância aumentou nos últimos anos, quando uma empresa Belga utilizando uma variedade especial de ratazanas africanas “ pouched rats” as treinou para descobrir minas anti-pessoal, uma praga das guerras civis em África. Uma ratazana pode desminar 100 metros quadrados em 20 minutos, enquanto um especialista humano necessita de dois dias. Moçambique, onde estes animais têm feito com muito êxito um trabalho espectacular de desminagem, bem lhes pode estar agradecido.
Na freguesia de Famões, pelo que soube por técnicos especializados, vão ser utilizadas as ratazanas africanas “ pouched rats” para exterminar uma variedade perigosa para a saúde pública, a Rattas famoensis.

À descoberta das árvores de Odivelas

A avenida das acácias divide a freguesia de Odivelas da freguesia de Famões. É fácil identificá-la, pois tem como referência o supermercado Modelo. Apesar do nome, não existem árvores de acácia nesta avenida, não se percebendo por isso a toponímia. As acácias são árvores que adquiriram em Portugal o estatuto de invasoras (Decreto-Lei n.º 565/99), depois de terem sido introduzidas para fins ornamentais e como meio de controlar a erosão das dunas.

Acácia

copyright: Ed e Myrthe Verrefietsers

Pormenor dos espinhos

copyright: Alexander Wild

A acácia é uma árvore de crescimento lento, o que torna a sua madeira dura e densa. O cerne é marron avermelhado escuro. Esta madeira é resistente ao tempo porque a árvore deposita na madeira muitas substâncias que são conservantes e deixam a madeira desagradável a insectos tornando-a densa e difícil de ser penetrada pela água e outros agentes de deterioração. Por estes motivos, a sua madeira é tida como incorruptível, inatacável por predadores de qualquer espécie, simboliza perenidade, transcendência.
Muitas são as referências bíblicas sobre a acácia e a sua utilização. Pela característica de imputrescibilidade (símbolo da imortalidade), os judeus utilizaram-na na construção dos elementos mais sagrados (Arca, Mesa, Altar). A acácia do Egipto tem a particularidade de ser uma árvore espinhosa e por esse motivo diferentes historiadores acreditam que a coroa de espinhos colocada na cabeça de Jesus, bem como a cruz onde foi pregado eram de acácia. Esta árvore é a planta símbolo da Maçonaria.

Cristo carregando a cruz



Não havendo acácias nesta avenida e estando vedada a sua colocação por ser uma espécie invasora, que motivos levaram os autarcas a atribuir-lhe o nome? Quem saiba que dê a resposta.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Memorial de Odivelas

Não é comprovado o motivo da sua construção. Os próprios historiadores divergem nas suas opiniões quanto ao monumento. Se remonta ao sec. XIV, à época de D.Dinis coincidindo com a construção do Mosteiro de S. Dinis, se terá sido construido no sec. XV como ponto de paragem dos cortejos reais. Se nele terá repousado o ataúde do Rei D. Dinis, se terá sido paragem do cortejo fúnebre de D. João I, a caminho do Mosteiro da Batalha. Ou se terá servido para delimitar o limite territorial do poder da abadessa do Mosteiro.

A nossa cidade é bela na memória que guardamos dela. Este retrato bucólico do Cruzeiro de Odivelas conhecido também por Memorial, ilustra bem a forma como desde sempre é pertença dos Odivelenses. Na sua vida, na sua terra, na imagem que guardam as muitas gerações que junto a ele já passaram.

quinta-feira, 25 de março de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas

A Chorisia speciosa ou Ceiba speciosa (recentemente deu-se a fusão com o género Ceiba), também conhecida como árvore-de-lã, ou Paineira, é originária do Brasil e Argentina. Esta árvore caracteriza-se por ter o tronco mais largo na base e coberto de espinhos, e quando plantada junto a vias de passagem, estes devem ser retirados até uma altura de segurança para não magoarem as crianças.

Na cidade de Odivelas existe um alinhamento de belos exemplares de Chorisia speciosa no jardim da urbanização da Quinta da Memória.


Pormenor do tronco com espinhos



Família: Bombacaceae
Nome científico: Chorisia speciosa, Ceiba speciosa
Nome vulgar: árvore-de-lã, paineira

À descoberta das árvores de Odivelas

Originário das Ilhas Canárias, o Pinus canariensis é usado com árvore ornamental e ainda para aproveitamento da madeira. Apresenta folhas de 20 a 30 cm, pendentes e agrupadas em trios e pinhas grandes. Atinge uma altura de até 20m. Podemos encontrar dois exemplares deste pinheiro na Avenida Augusto Abreu Lopes, na cidade de Odivelas, junto ao CATUS.

São os únicos exemplares no concelho de Odivelas.

Foto 1: árvore



Foto 2: pormenor das pinhas e folhas (agulhas)



Foto 3: pormenor do tronco


Família: Pinaceae
Nome científico: Pinus canariensis
Nome vulgar: pinheiro-das-canárias

sexta-feira, 19 de março de 2010

2010 – Ano Europeu e Internacional da Biodiversidade

CORVO…

(Foto gentilmente cedida por Luís Salmonete)

Uma ave carregada de simbologia. Imagem de Lisboa, mas ausente desta cidade, ao contrário do que acontece noutras cidades do mundo (Londres e Tóquio). Mais um exemplo da incúria e da incompetência de quem se devia preocupar com estas questões. Neste ano da biodiversidade, bem se podiam preocupar em trazer de novo o corvo a Lisboa.

Deixo-vos um poema de Edgar Allan Poe, traduzido por Fernando Pessoa, sobre esta bela ave.

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo
É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais
É só isto, e nada mais".

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais
Noite, noite e nada mais.

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse os meus ais
Isto só e nada mais

Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.
"Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
É o vento, e nada mais".

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais.
Foi, pousou, e nada mais.

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais.
Disse o corvo, "Nunca mais".

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigos, sonhos - mortais.
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".

A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas suas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!

Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!
Disse o corvo, "Nunca mais".

Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta -
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta -
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!
"Disse o corvo, "Nunca mais".

"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!
"Disse o corvo, "Nunca mais".

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,

E a minh'alma dessa sombra que no chão há mais e mais,

Libertar-se-á. nunca mais!

quinta-feira, 18 de março de 2010

2010 – Ano Europeu e Internacional da Biodiversidade

Mistério em Sintra …


Foto gentilmente cedida por Luís Salmonete

2010 – Ano Europeu e Internacional da Biodiversidade

Um sonho….



Foto gentilmente cedida pelo Luís Salmonete, um apaixonado pelos animais e pela fotografia.
Esta fotografia foi tirada em Kensington Garden, em Londres (um sonho de jardim, onde a convivência com os esquilos atrai turistas de todas as partes do mundo).

quarta-feira, 17 de março de 2010

Que riscos para a saúde pública podem resultar da exposição aos campos electro-magnéticos das linhas de Alta Tensão?

Muito se tem escrito e falado sobre as linhas de Alta Tensão, não só no concelho de Odivelas, como noutros concelhos. Recentemente, alguns partidos políticos e movimentos cívicos, descobriram as linhas de Alta Tensão em Odivelas. Estranho, porque elas já cá estavam há uns anos, e pelo que verifiquei nos ortofotomapas, os postes foram colocados em locais onde não haviam casas. As casas construíram-se junto, ao lado ou até por baixo das linhas de Alta Tensão e as pessoas compraram-nas. E agora são essas mesmas pessoas que reclamam da sua localização. Importa no meu entender, fazer a seguinte pergunta:

Que riscos para a saúde pública podem resultar da exposição aos campos electro-magnéticos das linhas de Alta Tensão?

José Luís Pinto de Sá, Prof. Dr. Eng.º INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO, fornece-nos a seguinte explicação:

A resposta depende das instituições em que confiarmos.

A Organização Mundial de Saúde, por exemplo, considera presentemente que para campos muito intensos, no que diz respeito ao campo magnético só valores acima de 500 microtesla podem ter algum efeito sobre o sistema nervoso, mas mesmo nas piores condições o campo magnético das linhas de Muito Alta Tensão não ultrapassa os 30 microtesla. Quanto ao campo eléctrico, aquela organização considera que só há efeitos sobre o sistema nervoso (e não necessariamente nocivos) acima dos 10 kV/m, o que só é possível de atingir muito perto dos condutores de Alta Tensão. Estes limiares correspondem a reconhecidos efeitos agudos e foram traduzidos numa recomendação da OMS de 1998, adoptada pela Comunidade Europeia em 1999 e que veio a ser transposta para a lei portuguesa em 2004, contendo factores de segurança adicionais para o público em geral.
Além destes efeitos agudos, a OMS considera ser possível, embora não seja provado nem sequer provável, que campos magnéticos de muito mais baixa intensidade possam estar associados a algumas raras formas de cancro para o que recomenda a adopção de medidas de precaução desde que não ponham em causa os benefícios sociais para a medicina da electricidade, e tenham custos baixos ou nulos.

Estas posições são também adoptadas pelos organismos de Saúde da Comunidade Europeia.

Muitas instituições científicas mundiais, como a Sociedade Americana de Física, a Academia de Ciências norte-americana e Associações Internacionais de Engenheiros Electrotécnicos, não reconhecem de todo qualquer risco na exposição a campos electromagnéticos de baixa intensidade.
Porém, há uma instituição incorporando alguns cientistas, o Grupo internacional “Bioiniciativa”, que considera os campos electromagnéticos, que designa por “radiações”, suspeitos de serem causa de uma extensa lista de patologias similares às atribuídas à radioactividade, e que reclama medidas radicais contra as fontes de campos electromagnéticos, nomeadamente o enterramento generalizado das linhas de Alta Tensão.

Face aos diferentes entendimentos científicos sobre este assunto, urge então perguntar?

É possível enterrar ou desviar as linhas de Alta Tensão no concelho de Odivelas? Quais os custos? Suportados por quem?

Só depois de obtermos uma resposta a estas questões, será correcta uma tomada de posição por parte dos partidos políticos. Qualquer outra coisa poderá ser considerada politiquice e disso estamos todos fartos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Sabia que …

A ribeira de Odivelas é um afluente do rio da Costa? Na foto pode observar-se a ribeira de Odivelas (à direita) a juntar-se ao rio da Costa (à esquerda) em frente á urbanização da quinta da memória em Odivelas, no troço recentemente requalificado pela câmara municipal.


À descoberta das árvores de Odivelas

A Ginkgo biloba, árvore originária do Este da China, é uma caducifólia de até 40m (perde todas as folhas no Outono, renovando-se na Primavera). É considerada um fóssil vivo, pois remonta ao Terciário, há mais de 1,8 milhões de anos. As suas folhas assumem particular importância medicinal (vasodilatador, antivaricoso e anti-hemorroidal) e os frutos (expectorante, sedante e vermífugo). Produz também madeira para ebanisteria (construção de móveis). Podemos encontrar alguns exemplares jovens nos jardins das piscinas municipais em Odivelas, nesta altura completamente despidos de folhas.






Família: Ginkgoaceae
Nome científico: Ginkgo biloba
Nome vulgar: Ginkgo, nogueira do Japão

Goethe, famoso botânico alemão dedicou-lhe o seguinte poema:

This leaf from a tree in the East,
Hás been given to my garden.
It reveals a certain secret,
Which pleases me and thoughtful people.

Does it represent One living creature
Which has divided itself?
Or are these Two, which have decided,
That they should be as One?

To reply to such a Question,
I found the right answer:
Do you notice in my songs and verses
That I am One and Two?

À descoberta das árvores de Odivelas

Decerto já reparou numa árvore de folhas avermelhadas e escuras, que floresce em Março (neste mês) e cujas flores aparecem antes das folhas. Esta árvore existe em diversos locais da cidade de Odivelas e igualmente nas freguesias. Foi uma árvore da moda em arquitectura paisagista. Tratam-se das ameixoeiras de jardim.



Família: Rosaceae
Nome científico: Prunus cerasifera var. pissardii
Nome vulgar: Ameixoeira de jardim

À descoberta das árvores de Odivelas


Família: Proteaceae
Nome científico: Grevílea robusta
Nome vulgar: grevilea

Esta árvore com origem na Austrália, é uma árvore perene (não perde as folhas), muito resistente à secura e ao vento e encontra-se disseminada pelo concelho, em jardins, escolas, mas é na rua Alves Redol, na cidade de Odivelas como árvore de arruamento, que assume particular relevo. Aqui encontramos árvores bem conformadas, saudáveis e ainda não estragadas pelas famosas podas. Nesta época do ano ainda não se observam as inflorescências de cor amarela, que lhes conferem a sua beleza característica.

À descoberta das árvores de Odivelas

Na vila de Caneças encontramos este belo exemplar de Quercus faginea, um carvalho nacional, daqueles com pedigree e que há muito já devia ter sido classificado como uma árvore de interesse público. Decerto terá uma história para contar, uma história que se confundirá com a da vila e das suas gentes. Um dia destes, trarei essa história ao vosso conhecimento, porque no concelho de Odivelas, também se pode descansar “à sombra de árvores com história”.





Família: Fagaceae
Nome científico: Quercus faginea
Nomes vulgares: carvalho-cerquinho, pedamarro



sexta-feira, 12 de março de 2010

Sabia que …

A árvore mais velha do mundo, com mais de 4.500 anos, é um exemplar de Pinus longeava.


quinta-feira, 11 de março de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas

O Jacarandá é uma das árvores ornamentais mais comuns no concelho. Podemos encontrá-la nos jardins, ornamentando rotundas ou nos separadores centrais, mas é na Estrada Nacional 8, na freguesia da Póvoa de Santo Adrião, como árvore de arruamento, qual guarda de honra, que se pode observar a beleza dos jacarandás, quando estes atingem o pleno da sua floração.

Esta estrada bem podia ser baptizada pela “avenida dos jacarandás”.

Esta árvore tem a sua origem na América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil). É uma árvore caducifólia (perde todas as folhas no Outono, renovando-se na Primavera) de até 15m e caracteriza-se por ter uma exuberante floração roxa que antecede a folhagem.

Família: Bignoniaceae
Nome científico: Jacarandá mimosifolia
Nome vulgar: Jacarandá


Em virtude da sua beleza, muitos poemas se têm dedicado a esta árvore.
Deixo-vos um de Ilona Bastos

Jacarandás

A rua, salpicada em tons de lilás, não é normal!
Não é comum, este colorido, em pincelada larga!
É paisagem de quadro impressionista:
Pinceladas lilases pela calçada branca rotineira;
Pinceladas junto aos círculos, quase perfeitos,
de terra, que o lancil abraça;
Pinceladas sobre as sardinheiras vermelhas
e os tejadilhos dos automóveis
(vejam o escândalo das pinceladas lilases
nos carros encostados ao passeio!);
Pinceladas estampadas no alcatrão negro da avenida!
Tudo, tudo desrespeitosamente, sonantemente, lilás!
Mas não de uma forma ténue, suave, discreta... Não!
Pinceladas audaciosas, numerosas, densas, afrontosas,
que acordam, que indignam, que se impõem!
Vejam a imagem desta tarde citadina,
como se de uma tela se tratasse!
Vejam os fatos cinzentos dos executivos,
surpreendentemente pintados de lilás!
Vejam o cão, preso a um dono, atado a uma trela,
espantados, retocados a lilás!
E os pombos, em pequenos passos pela pintura,
voando no meio de tão lilás incongruência!

Avanço, deliciada!
Deixo-me envolver, também eu, na Magia
e na Arte desta Primavera radiante,
que se desvenda, vibrante,
ao tornear de uma esquina.
Deixo-me cobrir de pétalas maravilhosas,
destas flores lilases que os jacarandás
negligentemente espargem sobre a cidade.

terça-feira, 9 de março de 2010

Pobres plátanos, deformados, vilmente podados, mas sempre orgulhosos…

Família: Platanaceae
Nome científico do género: Planatus
Nome vulgar: plátano

No concelho de Odivelas existem plátanos em todas as freguesias. É uma árvore de sombra por excelência. Estes plátanos não devem ser descendentes do famoso “Plátano de Hipócrates” existente na ilha Grega de Cós, à sombra do qual, o “pai da medicina moderna”, tratava os seus doentes. Mas, não tendo esta descendência aristocrática, não deixam por isso de ser excelentes árvores. Fui vê-los, à freguesia de Caneças, no Lugar de Além.

Palavras para quê?


A melhor homenagem que lhes posso fazer, é dedicar-lhes a Ode aos Plátanos de Jorge de Sena, também ele um acérrimo defensor destas belas árvores.

Ode aos Plátanos

Queda de folhas com que a aragem soa
a luz do sol em sombras sobre os vossos troncos
de esverdinho ouro secular
- ó plátanos dourados e nodosos! –
que sempre o mesmo Outono vos consola,
dormência igual, Inverno já tão próximo,
carícia vegetal de esquecer tudo,
folhas tombando, esguios ramos hirtos,
tão doloroso e fácil contemplar-vos!,
tão lentidão de sombras mais antigas
que a dança cadenciada de escutar-vos.
Troncos, rochedos, grenha de braçadas,
chiar de sonhos, solidão musgosa,
e as folhas caem por entre a limpidez
de um ar sonoro levemente azul.
Ligeiras, secas, já de sempre ouvidas,
as folhas correm pelo saibro húmido.
Nas noites frias, rígidas, metálicas,
de sono lúcido e profundo além névoa,
com vossos ramos nus tão numerosos,
que nevoeiros calmos esfarraperais!
- ó plátanos dourados e nodosos!...

(Jorge de Sena, Pedra Filosofal, 1950; Poesia I)

Que Estado Temos, que Estado podemos ter?

As actuais comemorações do centenário da proclamação da República devem servir para reflectirmos sobre este facto da nossa história, porque existem semelhanças entre o ambiente geral de desilusão e descontentamento dessa época e o momento actual. No passado como agora, é possível enumerar um conjunto de factos preocupantes pela sua similitude: o défice económico, a inflação, a perda de confiança nas instituições e nos actores políticos. Os ideais republicanos da Liberdade, da Igualdade, da Dignidade da Pessoa Humana e de Justiça, foram muitas vezes desrespeitados e traídos durante a I República, contrariamente com o que se passa na II República, onde estes direitos têm sido respeitados, apesar das falhas na relação do indivíduo com o Estado, nomeadamente na Justiça, na Educação, e na promoção da coesão social. Mas a realidade começa a afastar-nos desse ideal, pois temos assistido passivamente às diferentes tentativas de destruição do sistema nacional de saúde, uma garantia constitucional. A transferência desta importante responsabilidade do Estado para a esfera privada, com a instituição de parcerias público privadas, diabolizando o sistema público, poderá deixar de fora os mais desfavorecidos e privar uma grande parte da população de acesso aos melhores profissionais de saúde, devido à fuga destes para o sistema privado. O mesmo se verifica com a educação e a tentativa de destruição da escola pública, para não falar na tentativa de privatização da segurança social.
A grave crise económica e o consequente défice das contas públicas, afinal o móbil que levou à consagração da República, têm sido os motivos apontados para a falência do Estado. O Estado-Nação, tal como o Estado-Providência, está em crise, fruto de um conjunto de factores como a crise económica, o fim da guerra-fria, a globalização, a competitividade, etc. Esta crise, mais do que económica, é uma crise de legitimidade. O Estado enfrenta uma falta de legitimação da sua autoridade.
O papel do Estado e as suas funções têm sido alvo de debate académico nos últimos anos, mas os políticos dos dois partidos do arco do poder, PS e PSD, não o têm agendado no actual debate político. Do Estado Colectivista, que sucumbiu com a queda do muro de Berlim, ao Estado Providência, que se esgotou, vivemos, hoje, a dualidade do Estado Liberal (individualista, segregador e competitivo) e do Estado Regulador, que, cumprindo funções sociais, enfrenta um profundo processo de transformação, motivado pela globalização e uma cidadania cada vez mais exigente.
Mas como chegamos a esta situação? O debate político aponta o número de funcionários públicos, os apoios sociais, entre eles o rendimento social de inserção, que já foi rendimento mínimo, as reformas antecipadas, os elevados gastos no sistema de saúde e na educação, a inversão da pirâmide demográfica, etc., como os responsáveis pela situação do défice e do empobrecimento do país e assim advogam uma mudança no tipo de Estado e nas suas funções. As receitas passam invariavelmente pela dualidade entre a diminuição da despesa ou o aumento da receita.

Os que advogam que o controlo do défice se deve fazer pela diminuição da despesa, apontam logo como solução o despedimento de funcionários públicos e a diminuição das regalias sociais (apesar de termos empresas públicas com prejuízos pornográficos, como a TAP, CP, RTP, etc. e onde os conselhos de administração, mesmo apesar destes resultados ganham enormidades, face aos salários da administração pública), sendo estes firmes opositores do Estado-Social. Por oposição, aqueles que defendem que o défice se faz pelo aumento das receitas, apontam o aumento de impostos, para tal solução. Temos assim duas visões opostas, digo mesmo antagónicas. Mas será que estas visões económicas são também políticas?

Será que estas crises financeiras, que anunciaram o fim do capitalismo e as falhas de mercado representam o fim da economia de mercado? Se assim é, então estamos na emergência de um novo modelo económico, ou o modelo do Estado social europeu, em consequência da recente crise, continua a ser viável?

Será possível continuarmos com as actuais politicas distributivas e redistributivas tão generosas, com uma oferta pública de bens de mérito, como a Saúde, Educação e Protecção Social, naquilo que apelidamos de Estado-Providência, ou como muitos advogam o Estado apenas devia centrar as suas prioridades na Segurança, na Justiça, na Defesa e na representação externa? Ou ainda, como outros defendem, a partilha de responsabilidades na Educação, na Saúde e na área social, afirmando que nestas áreas a responsabilidade do Estado não deve ser nem absoluta, nem exclusiva.

Mas que Estado temos hoje? Na impossibilidade de termos o Estado que queremos, importa pois reflectir no Estado que podemos ter.

Esculturas no jardim botânico Professor Doutor Fernando Catarino

As esculturas que se encontram no jardim botânico foram esculpidas da pedra bruta por um grupo de alunos da ESBAL (Escola Superior de Belas Artes de Lisboa), Álvaro Brito, André Trindade, Ângela Pereira, Fernando Roussado Silva, Filipe Andrade, Joana Melro, Manuel António Botelho, Rita Silva, coordenados pelo Professor Doutor José Esteves. Esta parceria estabelecida entre a Câmara de Odivelas e a ESBAL (a câmara forneceu as pedras e os alunos o trabalho) permitiu aos alunos finalistas de escultura, elaborar o seu trabalho de final de curso. A todos eles e ao seu orientador, o concelho agradece o seu excelente trabalho no desbastar da pedra bruta, para a construção de tão belas esculturas.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Maledicência ou Mudar de Vida

Após as últimas eleições autárquicas, um grupo de órfãos políticos, a quem em crónica anterior apelidei de “azedos”, constituíram-se em grémio político.
São cidadãos que, nos periódicos locais, digitais e escritos, lançam a sua maledicência pacóvia e atacam, sem pudor, o Partido Social-Democrata.
Na ausência de coragem para, de forma clara e transparente, atacarem o PSD, transferem esses ataques para o Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD.
O Partido está-lhes grato, porque saíram da toca e mostraram a sua verdadeira face.
Estes militantes, que têm o peso de qualquer outro militante e que, ainda no anterior mandato, foram insultados pelos adversários do PSD, nomeadamente um deles em consequência das suas posições ultra-conservadoras, trazem para a praça pública as discussões internas, numa clara violação das normas partidárias.
Lamentavelmente não aparecem nos momentos próprios para discutir as questões internas e movimentam-se como serpentes sempre prontas a atacar,
Este tipo de intervenientes políticos é o pior que a democracia produziu e que os partidos acolheram no seu regaço.
Para avaliar a relatividade das coisas, um deles, que passa por “destacado” militante entrou para o PSD em 2006 e nunca teve qualquer acção ou visibilidade em defesa do PSD.

A sua política é a de atacar os seus companheiros de partido e defender os adversários políticos.
Os militantes de Odivelas, que sabem do trabalho desenvolvido pela Comissão Política, mostraram-lhes, mais uma vez, nas recentes eleições para os delegados ao Congresso Extraordinário, o cartão amarelo.
Espera-se que saibam tirar, destes resultados as devidas lições e, se estão mal, são livres de partir, pois há sempre um partido de extrema-direita à sua espera.

ESPÉCIES VEGETAIS QUE APRESENTAM EFEITOS TÓXICOS

Respondendo à solicitação de muitas pessoas e até colegas das escolas (para os que não sabem, sou professor e biólogo), que me têm pedido uma lista de plantas tóxicas, até a propósito de um incidente no nosso País com um jovem, que mordiscou umas plantas e teve problemas, aqui fica a lista. Irão verificar que conhecem muitas destas plantas, algumas muito utilizadas no concelho. Não é necessário ter qualquer receio, apenas cuidado, até porque o grau de toxicidade varia muito e com isso a sua perigosidade.

ESPÉCIE - PARTES TÓXICAS

Aconitum napellus - Todas
Aesculus hippocastanum - Folhas jovens, flores e fruto
Anagyris foetida - Todas, especialmente as sementes
Anemone nemorosa - Folhas e raízes
Arum maculatum - Fruto
Atropa belladona - Todas, especialmente o fruto
Berberis sp. - Fruto
Bryonia dioica - Fruto e raízes
Buxus balearica - Todas
Buxus semprevirens - Todas
Caladium sp.- Todas, especialmente as folhais
Calla palustris - Fruto
Cannabis sativa -Todas
Chenopodium álbum - Folhas
Cicuta virosa - Todas
Clematis flammula - Folhas
Clemafolhatis vitalba -Folhas
Clivia miniata - Todas, especialmente o bolbo
Cneorum tricoccum - Fruto
Colchium autumnale - Todas
Conium maculatum - Todas
Convallaria majalis - Todas, especialmente o fruto
Coriaria myrtifolia - Fruto
Cycas circinalis - Sementes
Cycas revoluta- Sementes
Daphne gnidium -Todas, especialmente fruto e sementes
Daphne laureola -Todas, especialmente fruto e sementes
Daphne mezereum - Todas, especialmente fruto e sementes
Datura stramonium - Todas, especialmente fruto e sementes
Dieffencachia sp. - Todas, especialmente fruto e sementes
Digitalis purpurea - Folhas e flores
Euonymus europaeus- Todas, especialmente o fruto
Euphorbia helioscopia - Látex
Euphorbia peplus - Látex
Euphorbia pulcherrima - Látex
Fagus sylvatica - Sementes
Frangula alnus - Fruto
Hedera helix - Fruto e folhas
Hyacinthoides non-scripta -Todas
Hyoscyamus niger - Todas
Ilex aquifolium - Fruto
Ipomoesa sp. - Sementes
Íris pseudacorus - Todas
Juniperus sabina - Caule
Laburnum anagyroides - Folhas, flores e sementes
Lantana câmara - Folhas e fruto
Lantana montevidensis - Folhas e fruto
Ligustrum vulgare - Todas, especialmente o fruto
Lonicera xylosteum - Fruto
Lupinus sp. - Vagem e sementes
Melia azedarach - Todas, especialmente o fruto
Mercurialis perennis - Folhas
Mostera deliciosa - Folhas
Narcissus sp. - Todas, especialmente o bolbo
Nerium oleander - Todas
Nicotina glauca - Folhas
Oenanthe crocata - Todas, especialmente as raízes
Papaver somiferum - Látex (presente na cápsula das sementes)
Philodendron sp. - Folhas
Phytolacca americana - Raízes, fruto e sementes
Polygonatum multiflorum - Todas, especialmente o fruto
Prunus laurocerasus - Folhas e sementes
Pteridium aquifolium - Folhas
Ranunculus bulbosos -Bolbos
Rhamnus catharticus -Fruto
Rheum rhapontivum - Folhas
Rhododendron ponticum -Todas
Rhus typhina - Folhas e fruto
Ricinus communis -Sementes
Sambucus nigra - Fruto
Solanum capsicastrum - Todas
Solanum dulcamara - Todas, especialmente o fruto
Solanum hermannii - Todas
Solanum nigrum - Todas, especialmente o fruto
Spartium junceum - Flores e sementes
Symphoricarpus rivularis - Fruto
Tamus communis - Fruto
Taxus bacata - Folhas e sementes
Urtica dioica - Folhas (pêlos)
Veratrum sp. - Todas especialmente as raízes e folhas
Viscum album - Fruto
Zantedeschia sp. - Folhas

Outras plantas tóxicas:

Amorpha fruticosa - Atrai abelhas
Cytisus scoparius - Envenena mesmo em pequenas quantidades
Lonicera periclymenum - Bagas atractivas e venenosas
Sophora japonica

Bibliografia
Viana, C. (1995). Espaços Exteriores de Escolas Primárias. Relatório do trabalho de Fim de Curso de Arquitectura Paisagista. Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior de Agronomia, Lisboa.

The Ilustrated Book of Trees & Shrubs, editado por Eleanor Lawrence, Londres 1986.

Porquê?

O jardim botânico Professou Doutor Fernando Catarino, em Famões, é pertença de todos nós, cabendo-nos por isso a todos, a responsabilidade de zelar pelo seu bom estado e evitar o vandalismo. Só por maldade ou má formação, alguém se tem entretido a partir as placas de identificação das plantas. É o nosso património que fica mais pobre…

sexta-feira, 5 de março de 2010

Jardim Botânico Professor Doutor Fernando Catarino


A Câmara Municipal de Odivelas decidiu em 2008, construir na freguesia de Famões, no bairro de S. Sebastião, um jardim que reunisse no mesmo espaço o lúdico e o didáctico. Depois de apurados estudos pelos respectivos serviços, optou-se por construir um jardim botânico. O projecto, da autoria dos técnicos municipais, obedeceu a critérios de funcionalidade e racionalidade do espaço, num terreno íngreme e pedregoso. Trata-se como é óbvio de um pequeno jardim botânico e apenas lhe foi atribuída esta designação, porque o espaço apenas comporta espécies mediterrânicas, devidamente catalogadas e identificadas. Os viveiros municipais, responsáveis pela plantação, distribuíram pelos respectivos canteiros 18.079 arbustos. As escolas têm agora um excelente local para que os seus alunos possam estudar a flora mediterrânica.

Vegetação natural e biogeografia de Portugal Continental: o concelho de Odivelas

O território continental português distribui-se de forma muito desigual, por duas regiões: a Eurossiberiana e a Mediterrânica.

(clique na foto para mapa interactivo).

Na região biogeográfica Eurossiberiana, inclui-se o noroeste de Portugal Continental, com um clima temperado e chuvoso, fortemente influenciado pelo efeito amenizante do Oceano Atlântico. A Região biogeográfica Mediterrânica, caracteriza-se por possuir um clima em que as chuvas escasseiam durante o verão.

O concelho de Odivelas, situa-se na região mediterrânica. Devido a este tipo específico de clima, as árvores características são a azinheira (Quercus rotundifolia), o sobreiro (Quercus suber), o zambujeiro (Olea sylvestris), o carrasco (Quercus coccifera), a aroeira (Pistacia lentiscus), o folhado, o espinheiro-preto (Rhamnus oleoides), o aderno (Phillyrea latifolia) e o lentisco-bastardo (Phillreya angustifolia). São árvores de folha persistente, bem adaptadas ao clima e solos desta região. Outros tipos de vegetação característicos dos territórios mediterrânicos são os matos pioneiros dominados por arbustos da família das Cistáceas (estevais e sargaçais) e os prados xerófiticos anuais e vivazes, bem como os cardeais e diversos tipos de vegetação nitrófila.
Cada região biogeográfica tem a sua flora característica e com ela se deve construir os jardins. Não podemos querer que o jardim francês ou inglês, seja igual a um jardim no nosso concelho, assim como não podemos aspirar a ter em Odivelas as plantas da Madeira. Claro, que tudo é possível, mas à conta de muito dinheiro em água, adubos, etc. Deve mudar-se a filosofia de jardim no concelho. Insistir nos relvados, que consomem grandes quantidades de água da rede pública e exigem uma grande manutenção, não é a solução mais adequada à nossa realidade climática.
Impõe-se pois perguntar, porque motivo não usamos as espécies mediterrânicas com maior regularidade nos nossos jardins?
A resposta está em cada um de nós, que conhecendo esta realidade se insurge quando não vê rosas, margaridas, relva, etc. Está na hora de mudar.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Convite aceite.








Espero sair vivo do almoço...

Dia 4 de Outubro - Dia do Animal

O Dia Mundial do Animal foi lançado em 1931, numa convenção de ecologistas em Florença, como um meio de dar visibilidade ao problema das espécies em risco. Actualmente, abrange todo e qualquer animal. O grau de desenvolvimento de um país, também se mede pela forma como tratam os animais e no nosso nem sempre é da melhor maneira. Este dia é uma oportunidade especial para todos os que amam os animais.
Comemora-se o relacionamento entre humanos e animais e reconhece-se o incrível papel que eles podem ter na vida de todos. Hoje em dia sabe-se que existem vários benefícios dos animais de companhia no desenvolvimento psicológico, social e na qualidade de vida das pessoas. Estudos recentes mostram, que as pessoas que possuem animais de companhia, têm níveis de solidão, depressão e ansiedade mais baixos.

Em Odivelas, a Câmara Municipal tem realizado todos os anos a comemoração do Dia Mundial do Animal, no parque urbano do Silvado, com um concurso de cães com e sem raça, a par de uma campanha de adopção de animais.

Aqui fica o registo das duas últimas comemorações.

Dia do Animal 2007



Dia do Animal 2008

LARA

Gosto muito de animais.


Esta é a Lara, uma das mais belas exemplares da sua raça e a minha gata favorita.

É preciso mudar comportamentos e atitudes, para o bem estar de todos, no Concelho de Odivelas

Ter um animal doméstico, seja cão ou gato, pode servir de terapia, ou companhia. Eu próprio tenho cães e gatos em casa. Não advém desta posse nenhum mal. O problema coloca-se aos donos dos cães, que sem qualquer responsabilidade e respeito por todos nós, deixam os seus animais defecarem na via pública e principalmente nos jardins, sem apanharem os respectivos excrementos e depositarem-no no caixote.

De manhã ou ao fim da tarte é vê-los de trela na mão, puxados pelos respectivos cães a conspurcarem passeios e relvados. Não contentes, muitas vezes soltam os animais e divertem-se vendo-os cavarem os jardins, roerem os aspersores de rega e assustarem os transeuntes. Com estes comportamentos, estes nossos concidadãos, impedem que as crianças possam desfrutar em plenitude dos jardins, rebolando nos relvados ou até jogando à bola.

A Câmara Municipal tem colocado em todo o concelho dispensadores de sacos, alertando os donos dos cães para esse acto de cidadania, que é apanhar o dejecto do seu cão. Num tempo difícil, o óptimo seria que cada um de nós, quando vem com o seu cão à rua, trouxesse o seu saco, permitindo assim à Câmara Municipal poupar cerca de 20.000,00€/ano em sacos. Todos nós agradecíamos, principalmente as crianças, que poderiam desfrutar mais dos espaços verdes.





quarta-feira, 3 de março de 2010

CIDADANIA EM ODIVELAS: AMNÉSIA OU MEMÓRIA CURTA?

Ainda agora comecei e já há quem se sinta ofendido ou então se considere muito importante, avocando para si a minha prosa.
No post que escrevi, intitulado OS AZEDOS, não mencionei nomes nem partidos, apenas atitudes, que como sabem, me vêm flagelando ao longo de vários meses, como que se de um vilão se tratasse.
Eu que fui eleito democraticamente, exerço funções legais, apresento periodicamente os meus rendimentos ao Tribunal Constitucional e até só tenho bens de acordo com esses rendimentos, passei a ser na boca de alguns, um vilão, apenas porque não faço o seu jogo. Medo? Deve ser porque não me conhecem! Ainda a procissão vai no adro. O meu arquivo é deveras grande e com muitos livros. Cidadania? Muito bem! Então vamos começar por falar de cidadania.
Para os amnésicos ou de memória curta, tomem lá esta…temos pena!

Carlos Bodião

terça-feira, 2 de março de 2010

OS AZEDOS

Alguns políticos em Odivelas vivem em perpétua guerra, em perpétuo rancor, na inveja inextinguível. Obscuros, sombrios, lúgubres, hostis, vemo-los passar pelas assembleias municipais, ou pelas reuniões de câmara públicas, com o sobrolho duro, a voz baixa, o passo apressado.
Vão tristes, vão violentos e sem saber porquê, pensam vagamente em vingar-se. Para eles debalde o céu se alarga, os bosques cantam.
São os azedos.
Esses homens e mulheres, exaltados, nervosos, anémicos, esses seres a quem Jules Vallès chamou os refractários, têm o aspecto frio e escuro, mas são na sua alma cheios de ambições, de desejos, de ódios, de vontades e de invejas.
Não têm a carne satisfeita, nem o espírito contente.
Odeiam o mundo: odeiam-no porque não foram escolhidos nos seus partidos, ou deles foram excluídos, ou excluíram-se ou então pertencem a pequenos partidos, ou andaram a saltitar de partido em partido, qual tubarão em busca da presa.
E enfatuados de ódio e de inveja, escrevem folhetins e censuram-nos pela sobrecasaca que vestimos e pelo dinheiro que ganhamos!
E atiram-nos em rosto que eles não têm emprego no Estado, o mesmo que os albergou no passado ou a quem recorrem nas horas de aflição para empregar um familiar.
A esses que nos vituperam, apedrejam eu digo: o vosso mal de espírito, não se cura com princípios, com conselhos, com reflexões, é com pevide de abóbora.

A RAPOSA E AS UVAS

Já havia passado a hora do almoço da raposa. Ela estava faminta e ainda não tinha encontrado nada para comer. Mas, de repente, viu uma videira carregada de uvas negras, maduras e perfumadas, um verdadeiro convite para uma bela refeição.

No entanto, as bagas estavam bem no alto da videira. A raposa tentou pular, pendurar-se numas pedras que estavam por perto para ficar mais alta e esticou o corpo ao máximo, sem conseguir alcançar as uvas.

Por fim, deu meia volta e resolveu procurar comida noutro lugar, pensando:

“ Aquelas uvas não estão tão maduras como eu pensei. Já se estragaram no cacho.”

MORAL DA HISTÓRIA

Quem não vê os seus próprios defeitos e limitações, defende-se culpando os outros.

Obs. Dedico esta fábula de Esopo a algumas personagens politicas do concelho de Odivelas, que por ai vagueiam de blogue em blogue, contribuindo assim para o anedotário concelhio.

Parque das Rolas

O Parque das Rolas, situado na freguesia da Póvoa de Santo Adrião, foi uma das apostas da Câmara Municipal no mandato anterior. O parque em si não é polémico, a sua beleza é unanimemente reconhecida, e talvez por isso, suscite outro tipo de polémicas laterais.
Construído num terreno com cerca de 4ha, o parque é uma realidade gratificante, que nos traz esperança e dá exemplo do que deve ser uma prática urbanística esclarecida. Estamos perante uma obra exigente, conseguida, alicerçada no estudo, que nos transmite uma sensação de sossego e harmonia e por isso é um lugar que merece ser visitado.
É um espaço natural e é na minha opinião um dos locais mais aprazíveis do concelho. A água que corre na ribeira ininterruptamente, é de uma cristalinidade surpreendente, sinal de que a poluição ainda ali não chegou.
As Rolas que povoam o parque em número significativo e que lhe dão o nome e o coaxar das rãs na ribeira, transportam-nos para o campo.
O Parque das Rolas conquistou um lugar entre as obras identitárias de Odivelas, integrando-se no universo dos valores que a população estima e dos espaços que gostamos de ter e de utilizar.
A Câmara Municipal, no âmbito das suas politicas ambientais, dotou mais este parque com candeeiros de iluminação solar e utilizou na sua construção materiais naturais, recorrendo à utilização de madeiras para as vedações.