sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Carlos Bodião – Vereador do Ambiente na C.M. de Odivelas


clique na imagem para ver em video a entrevista completa

"Carlos Bodião é o “homem dos jardins” como é tratado popularmente. Recebeu-nos no seu gabinete para uma conversa há muito tempo prometida. Falámos do futuro mas sobretudo do passado e a conversa rumou naturalmente para os temas mais quentes do que à governação local lhe diz respeito."
excerto de entrevista concedida em 6 de Outubro de 2010 à

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fantasmalho

Os ingleses usam o termo Scarecrow para designar os espantalhos. Em Odivelas acho mais apropriado o termo fantasmalho, que é uma aglutinação de fantasma com paspalho. Estes fantasmalhos que deambulam no concelho, têm apenas uma função, vociferar contra tudo e contra todos. Apenas lhes interessa a maledicência, pois como têm cabeça de abóbora (ver figura) a ausência de massa encefálica não lhes permite a conjugação de ideias. Como têm sangue hortícola (da abóbora), já se imaginam grandes especialistas em Horticultura ou até Botânica. Talvez sejam os mesmos, que pela calada da noite vão desligar os sistemas de rega, ou roubam os aspersores ou os partem como tem acontecido amiúde. Sobre essa parte da entrevista, os fantasmalhos assobiam para o lado. Pobres fitas pretas, que de saco foram recicladas em espantalhos, mas de tão dignas que são, nem os pombos delas têm receio. Estão os fantasmalhos preocupados com o arranjo do jardim da ribeirada e com razão. Podem ter a certeza, que mesmo com os pombos a comer as sementes, os relvados já estão a aparecer pungentes e as flores irão despontar de seguida. Tristes aqueles que vêem vã glória na desgraça alheia, mas como diz o nosso povo, “quem se ri por último, ri melhor”.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

à descoberta das àrvores de Odivelas

Albizia julibrissin

Nome Científico: Albizia julibrissin

Nome Popular: Acácia de Constantinopla
Família: Fabaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: da Pérsia ao Japão
Ciclo de Vida: Perene


Albizia julibrissin


Pormenor da flor

Árvore caducifólia de rápido crescimento, de fragrância muito delicada. São diversos os nomes comuns desta árvore com flores de longos estames sedosos: "árvore-da-seda", "acácia-de-Constantinopola", "mimosa rosa e albízia-de-Constantinopola. O nome deve-se ao botânico italiano Antonio Durazinni que adoptou na sua nomenclatura o nome do introdutor da espécie na Europa, o naturalista amador Filippo degli Albizzi, que a trouxe da capital do império Otomano em 1745. No entanto esta árvore não é originária da Turquia mas de uma zona que se estende do Irão à China e "julibrissin", o designativo da espécie, deriva do seu nome persa. Na cidade de Odivelas podemos apreciar esta árvore num alinhamento que se encontra na Rua Alves Redol.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Prado de sequeiro

No concelho de Odivelas, quer em jardins construídos pela Câmara Municipal, quer em jardins construídos pelos urbanizadores, tem-se apostado nos prados de sequeiro. Trata-se de uma corrente em arquitectura paisagista, que se tem desenvolvido nos últimos anos e apoiada em critérios científicos, em prol de um melhor ambiente. Pessoalmente, não sou um grande entusiasta deste tipo de jardins em meio urbano (porque tenho inscrito no meu código genético os jardins à francesa, cobertos de relva e sempre verdes), mas percebo a sua importância, porque felizmente a natureza se encarregou de me dotar de alguma inteligência. Vivo num clima mediterrânico e a água é um bem escasso e cara. A Câmara de Lisboa, que sofre das mesmas enfermidades que o concelho de Odivelas, onde um conjunto de iluminados, critica a câmara por causa do prado de sequeiro e exige campos de golfe em todos os espaços disponíveis, editou uma brochura sobre o prado de sequeiro. Espero que pelo menos percebam que existem alternativas à relva e porquê !...

Parque das Rolas - Freguesia da Póvoa de Santo Adrião)

Ontem estive no parque das rolas na Freguesia da Póvoa de Santo Adrião. Este espaço naturalizado (não é um jardim), que a Câmara Municipal recuperou em 2009, é um local bastante agradável para se ter um contacto com a natureza. Desde as rolas que esvoaçam em todas as direcções cruzando o parque, até aos coelhos, o stress diário só é quebrado pelo vandalismo que continua a assolar os espaços públicos do concelho. Deixo-vos alguns exemplos.

Coelho correndo no prado de sequeiro



Banco vandalizado

terça-feira, 20 de julho de 2010

Pensamentos

“Vou passar pela vida apenas uma só vez:
Por isso qualquer coisa boa que eu possa fazer, ou alguma amabilidade que possa fazer a algum ser humano, devo fazer agora, porque não passarei de novo por aqui …”

Madre Teresa de Calcutá

Viagem a Angola

No passado mês de Maio fui a Angola, terra onde se encontra hoje o Presidente da República, Prof. Cavaco Silva. Não vou descrever a viagem, nem apresentar um álbum de fotografias, mas apenas deixar um apontamento que me impressionou, numa terra com tantas carências. O assunto refere-se aos jardins e ao respeito que as pessoas têm por estes espaços. Como podem observar pelas fotografias, os passeios não têm infestantes e a escultura não tem grafites, para não referir o aspecto limpo do jardim.

Como eu gostava de ver o mesmo em Odivelas…

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Reflexões

As pessoas tendem a ver a politica como um despique de clubes de futebol. Interrogo-me se será apenas clubismo ou, mais profundamente, tribalismo.
(Diogo Freitas do Amaral, Jornal Expresso, 03/07/2010)

Que Estado temos, que Estado podemos ter? Parte II

Em Março do corrente ano, escrevi um post “Que Estado temos, que Estado podemos ter”, onde reflectia sobre o Estado e o seu papel na sociedade. Poderá parecer um tema de somenos importância, mas o Estado tem rostos e nomes. Cada um de nós, ao exercer ou não o seu direito de voto e ao sufragar o programa eleitoral dos partidos, está a decidir sobre o Estado que quer ter.

O nosso futuro e o dos nossos filhos, depende do que decidirmos agora sobre o tipo de Estado que queremos implementar. Esta discussão não é feita pelos partidos, porque não interessa manter o povo informado, mas os sinais estão aí e são preocupantes.

Freitas do Amaral na sua entrevista ao semanário Expresso, no passado dia 03, aflora de forma avisada, qual deve ser o papel do Estado. Como social-democrata, sou um defensor do Estado-Providência e tal como Freitas do Amaral advoga, o caminho deve ser o de repensar as funções sociais do Estado, não com o objectivo de o eliminar, mas de lhe salvar a vida. Diz o professor que “...retirar o Estado da economia, educação e serviços sociais seria um retrocesso de mais de 100 anos. O caminho tem de ser outro – um Estado-garante que reoriente os seus apoios para os que precisam, deixando ao mercado os serviços pretendidos por quem os possa pagar”. Neste tempo de liberalismos, é hora para pensarmos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

UM NOVO CICLO EM ODIVELAS, TEMOS PENA!...

O PSD realizou no passado dia 30 de Junho, as suas eleições para a Comissão Política Concelhia e para a Assembleia de Secção de Militantes.
Concorreram duas listas. Uma das listas, até se apresentou aos militantes com uma brochura feita numa gráfica e cartazes, tal e qual como se fosse para uma candidatura a uma junta ou câmara municipal.
Li o folheto e percebi porque os militantes contemplaram esta lista com apenas 20% dos votos. Todos os militantes já sabiam que alguns dos seus subscritores eram apoiantes de outro partido e até se dão ao trabalho de municiar o seu blogue e elogiar publicamente o seus (de)feitos, mas apresentar-se ao eleitorado dos militantes, fazendo de todos nós parvos, foi demais.
Então não é que estas almas iluminadas escreveram no seu folheto que iam reunir com as câmaras municipais e resolver o problema dos SMAS? Imaginem que, ao afirmarem que “a câmara não tem feito nada pela educação” iam reunir as associações de pais do concelho e resolver os problemas das escolas. Ou então que, vão diminuir as cérceas do mercado de Odivelas? Mas pensam estes senhores que os militantes são parvos? Esqueceram-se que ao ser preteridos nas listas autárquicas, abandonaram os seus cargos autárquicos e não cumpriram o mandato para o qual tinham sido eleitos e alguns até se prestaram a colocar a sua fotografia na lista do adversário.
Realmente só me resta ter pena destas almas iluminadas, que vagueiam pelos diferentes fóruns políticos, quais zombies tentando regressar à vida, política entenda-se.
A propósito, só vou a festas quando sou convidado, e entre festas e as minhas obrigações autárquicas, não tenham dúvidas, que estas últimas estão em primeiro lugar, pelo respeito que tenho por todas as pessoas que me elegeram.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

José Saramago

Morreu José Saramago. Ao construir o meu blogue, escolhi um pensamento seu como introdução. Não tenho com Saramago, nenhuma afinidade politica, mas decerto partilho alguns pensamentos e algumas preocupações relativamente ao estado a que chegou a Humanidade.
Como ele, também eu sou ateu, mas respeito todos as confissões religiosas e os seus fieis, sem descriminação, sendo um convicto defensor da laicidade do Estado. Da sua obra, apenas conheço alguns livros, os suficientes para admirar a sua escrita. Há homens, que são conhecidos pelo seu país, há países que são conhecidos pelos homens que têm. Saramago pertence a esta última classe e por isso Portugal e todos nós muito lhe devemos. Como ele dizia, acabou.
Por isso, li estupefacto o comentário do articulista Cláudio Toscani, no L’ Osservatore Romano, órgão oficial da Igreja Católica. Escreveu Toscani que Saramago era “populista e extremista, de uma ideologia anti-religiosa e marxista”. Até pode ter razão, mas até Cristo na hora da morte perdoou aos seus algoses pedindo ao Pai que “os perdoasse, porque eles não sabem o que fazem”. Numa igreja abalada por tantos escândalos, Saramago é uma referência, concorde-se ou não com as suas posições politicas, sempre coerentes e eu como português, tenho muito orgulho em que ele tenha contribuído para o bom nome do meu pais, tão maltratado internacionalmente pela crise politica e económica em que vivemos.

Dia Mundial do Ambiente

No dia 5 de Junho, a câmara municipal celebrou no Jardim da Música, também conhecido como Praça do Município, o dia mundial do Ambiente. De todas as actividades que ali decorreram, centradas no ambiente e na educação ambiental, quero realçar o espectáculo das aves de rapina.
Ao vê-lo, revivi umas férias em França e uma visita à floresta de Rambouillet, precisamente para ver um espectáculo de aves de rapina. Em Rambouillet estavam centenas de pessoas de todo o mundo, num estádio preparado para este tipo de espectáculos. Em Odivelas, foi com alegria que assisti à interacção das aves com as crianças. Os responsáveis da empresa promotora do espectáculo, fizeram questão de integrar as crianças na demonstração e foi vê-las e aos pais transbordar de alegria, num contacto que nunca julgaram possível.
Neste ano, também conhecido como da biodiversidade, espero poder voltar a ver no nosso concelho espectáculos desta natureza. Estão de parabéns a Câmara Municipal e os técnicos responsáveis pela iniciativa.


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dia Mundial do Ambiente - Programa

O regresso do táxi?

Hoje na revista Visão Bagão Félix, ex-ministro da AD de Santana Lopes e Paulo Portas, afirmava: ” Há uma razão estrutural que constitui o drama funcional do partido: Se o PSD sobe, o CDS desce”.
O CDS teme o regresso do «partido do táxi», com a ascensão de Pedro Passo Coelho e o eclipse de Paulo Portas. Em Odivelas, o CDS que sempre andou de carroça, apanhou o táxi, mas neste caso o do PSD, apesar da sua miopia e ingratidão, o levar até hoje a negar este facto histórico. Estou convencido, que em 2013, nem de táxi, nem de carroça, o seu transporte será de tipóia. Talvez por isso, se tente agora chegar ao PCP, como tem acontecido na Assembleia Municipal, onde os comunistas têm apoiado e defendido sistematicamente o CDS. A foto é ilustrativa: o deputado municipal Xara Brasil dá boleia à deputada municipal Lúcia Lemos do PCP, talvez para acertarem posições dos lugares na tipóia ou no táxi classe A.

Apertar o cordel !

Com o PEC, foi preciso apertar o cinto. Neste momento, com os novos impostos, parece ser tempo de Portugal apertar o cordel. Os mendigos não usam cinto. Passam uma guita pelas presilhas e dão um nó à frente. Creio que o que estamos a apertar agora é essa guita – ironicamente, por falta de guita.

Ricardo Araújo Pereira

A memória ou a falta dela !

A memória é a força seminal que liga os homens e unifica o tempo; a argamassa que força a identidade das pátrias e das instituições.

Quem não tem memória não vive, vegeta, porque não há vida sem referências, no sentido em que o passado é a alma do futuro. No concelho de Odivelas, há demasiada gente sem memória. Há aqueles que perderam a memória da “trampa” que fizeram durante anos a fio, e os outros cuja habilidade circense e ganância os leva a acreditar em tudo o que lhes prometem nas campanhas eleitorais e agora, dizendo-se arrependidos, esconjuram os fazedores de promessas, mesmo sabendo que já foram enganados vezes sem conta.

A uns e a outros dedico-lhes o meu mais profundo desprezo.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas

Existe nos claustros dos paços do concelho uma árvore da família das Sapindaceae.
Trata-se de um Acer campestre, cujo nome vulgar é bordo-comum, ácer comum. É uma caducifólia de até 20m, que tem origem na Europa e Ásia Ocidental.
Em Portugal presume-se que os únicos povoamentos autóctones ocorram na serra da Arrábida.



Folhas


Folhas e frutos

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O “DESPERTAR” DAS ÁRVORES

A propósito do “despertar” das árvores em mais uma primavera, não posso deixar de recordar o poema das árvores de António Gedeão e dar-vos a conhecer algumas espécies de folha caduca, que nesta altura começam a despertar.




Poema das árvores

As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.

As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.

(in: Obra Poética, Lisboa, Edições JSC, 2001)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tributo a Augusto Pais Martins

Ontem, ao arrumar alguns livros, e ao recordar as suas narrativas (eu leio de fio a pavio todos os livros que adquiro), deparei-me com um, que me deixou pensativo. Trata-se de O Grito das Capas Negras, Memorias de Augusto Pais Martins do jornalista João Paulino.
Conheci e privei com Augusto Pais Martins e por conhecer a sua obra no concelho de Odivelas, me penitencio, por também eu, me ter esquecido dele. Sendo um homem ligado ao ensino, responsável pelo lançamento em Odivelas de vários estabelecimentos de ensino, desde o pré-escolar ao ensino superior, peca por tardia, a criação de um prémio ligado ao ensino que perpetue a sua memória. Presto-lhe aqui o meu tributo. Também como professor me empenharei na criação de um prémio, que honre a sua obra. Odivelas é muito mais do que o D. Dinis.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas

Muito se tem falado e escrito sobre o “Ambiente” em Odivelas e sobretudo sobre os jardins e zonas verdes, da sua importância na qualidade de vida das pessoas, em oposição aquilo a que alguns apelidam de “selva de betão”. Os que propalam amiúde tais epítetos sobre o concelho, são os mesmos que teimam em plantar árvores no dia da árvore, sem olhar às alternativas adaptadas ao nosso País. A maior parte das árvores plantadas, acaba por morrer, porque são plantadas fora de época, não são regadas posteriormente e mais grave, são utilizadas espécies exóticas, em detrimento das mediterrânicas.
Não nos podemos dar ao luxo de ter em Odivelas “árvores com história”, como acontece em Lisboa ou no Porto, onde o coberto vegetal das cidades foi pensado e plantado por gente da ciência, da cultura e até da realeza, mas temos jardins que não nos deixam ficar mal no panorama nacional. Odivelas tem um dos melhores cobertos arbóreos dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, não no número, mas na variedade de espécies existentes e isso deveria ser um motivo de orgulho concelhio e levar-nos a olhar para Odivelas de outra maneira e a proteger as nossas árvores.

Dou-vos a conhecer o Aesculus hippocastanum, mais conhecido como Castanheiro-da-índia, árvore que podemos encontrar com muita facilidade na cidade de Odivelas e muito fácil de identificar nesta época, pois começou a florir.



Família: Hippocastanaceae
Nome científico: Aesculus hippocastanum
Nome vulgar: Castanheiro-da-índia



Flores brancas, com uma mancha rosa ou amarela na base das pétalas, dispostas em inflorescências.

O castanheiro-da-índia, é uma árvore frondosa de folha caduca, podendo atingir os 40 metros de altura. Os frutos apresentam-se numa cápsula verde, eriçada de pelos mais ou menos espinhosos e as suas sementes são semelhantes a castanhas. Floresce na primavera. A sua madeira é utilizada no fabrico de caixas, utensílios de cozinha, bengalas, etc.
Antigamente utilizava-se a sua casca para combater a febre e evitar a fragilidade capilar. Hoje da casca obtêm-se uma tinta vermelha e a sua infusão é usada internamente para combater hemorragias uterinas e hemorroidálicas, inflamações do aparelho digestivo, artrites, etc. Externamente esta é utilizada para tratamento de eczemas, feridas e queimaduras. Das sementes obtêm-se um óleo que serve para iluminação, para preparar emulsões (principalmente de óleo de fígado de bacalhau), lavagens do couro cabeludo e fabrico de cremes de beleza, é ainda um excelente vaso constritor e anti-inflamatório. O óleo pode também ser usado na alimentação humana assim como a fécula das sementes após lavagem com água alcalina. A farinha das sementes é utilizada em cosmética e a polpa no fabrico de sabões. A infusão alcoólica das suas flores é usada contra dor reumática, nevralgias e artrites.


Aesculus x carnea

Esta árvore é igualmente um castanheiro-da-índia, mas difere da anterior por ter as folhas mais escuras, mais rugosas e mais pequenas e as suas flores são rosadas ou vermelhas.


Família: Hippocastanaceae
Nome científico: Aesculus x carnea
Nome vulgar: Castanheiro-da-índia

terça-feira, 4 de maio de 2010

Regresso

Quando eu voltar,
que se alongue sobre o mar
o meu canto ao criador
que me deu vida e amor
para voltar!...
Voltar!
Ver de novo o balouçar
Da fronte majestosa das palmeiras
Que as horas derradeiras do dia
Circundam de magia.


Regressar !
Poder de novo respirar -
ó minha terra -
aquele odor escaldante
que o húmus vivificante
do teu solo encerra.


Embriagar uma vez mais o olhar,
numa alegria selvagem,
no tom gritante da tua paisagem
que o sol a dardejar calor
transforma num inferno de cor.


Não mais o pregão das varinas
nem o monótono, igual, do casario plano.
Hei-de ver outra vez as casuarinas
a debruar o oceano.
Não mais o agitar fremente
duma cidade em convulsão.
Não mais esta visão
nem o crepitar mordente deste ruído.
Os meus sentidos anseiam pela paz
das noites tropicais
em que o ar parece mudo
e o silêncio envolve tudo.

Tenho sede !
Sede dos crepúsculos africanos
Todos os dias iguais
de tons quase irreais.

Tenho saudades !
Saudades do horizonte sem barreiras,
das calemas traiçoeiras,
das cheias alucinadas !
Saudades das batucadas
que eu nunca via
mas pressentia em cada hora
soando pela noite fora !
Sim, eu hei-de voltar.
Tenho de voltar !
Não há nada que mo impeça.

Com que prazer hei-de esquecer
toda esta luta insana,
que em frente está terra angolana
a prometer o mundo a quem regressa.

Oh ! Quando eu voltar,
hão-de as acácias
rubras, a sangrar,
florir só para mim.
E o sol esplendoroso e quente,
o sol ardente,
há-de gritar,
na apoteose do poente,
o meu prazer sem lei,
a minha alegria enorme
de pode enfim dizer:
VOLTEI !

(ALDA LARA)
Hoje regresso a Angola, 30 anos depois de ter partido

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A parábola da figueira

Ao reflectir sobre o meu dia a dia no concelho e a maledicência(não dos eleitores, mas dos incréus do burgo) a que me sujeito no exercício do cargo de vereador para que fui eleito, não pude deixar de recordar uma história, que sempre me intrigou, a história da figueira estéril, narrada nos evangelhos de uma maneira em Mateus e Marcos, e doutra em Lucas. Para os que não conhecem, eis a história segundo Marcos:

“ No dia seguinte, ao saírem de Betânia, teve fome. E vendo de longe uma figueira com folhas dirigiu-se-lhe a fim de ver se nela haveria alguma coisa, mas não encontrou nada a não ser folhas porque não era tempo de figos. Tomou a palavra e disse: Que nunca mais ninguém coma fruto de ti! E os discípulos estavam a ouvi-lo.(...) E ao passarem na manhã seguinte, viram a figueira seca até às raízes. Pedro, recordando-se, disse: Rabi, eis a figueira que amaldiçoaste, secou”.
(Mc 11, 12-14; 20-21)

Esta intrigante história, que tem feito correr muita tinta ao longo de séculos entre os teólogos, ao transportar-me para Odivelas, lembra-me os detractores do costume, aqueles de que vos tenho falado, os tais que se curam com pevide de abóbora. As eleições autárquicas foram há seis meses. As idéias tal como a figueira ainda estão a criar raízes, mas os incréus deste burgo, alguns autarcas, outros nem isso, já nos exigem figos, descarregando em nós a sua enraivecida frustração, amaldiçoando-nos e tentando com isso secar-nos, tal como à figueira. A agnose desses fulanos é tal, que os aconselho a aprender agricultura, para ver se não procuram figos fora da época.

ps: a época para a figueira ter figos é em Outubro de 2013. Até lá, a figueira aceita de bom grado adubações, mondas, regas e até uma poda de conformação.

Isenção

Existem no nosso vocabulário um conjunto de palavras - substantivos, adjectivos, advérbios – cuja articulação solitária ou em combinações, se insinuam nos interstícios da linguagem quotidiana.
Um substantivo de elevada cotação nos blogues do concelho é, sem dúvida, a palavra isenção.
O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, encontra-lhe sentido ao definir isenção como qualidade do que é justo, equitativo, imparcial, isento, nobreza de carácter. Não resisti, naturalmente, a interrogar a minha situação, mas como faço parte da vasta confraria dos filhos de Adão, rapidamente cheguei à conclusão que não sou isento.
Pago IRS, IMI, Imposto de circulação, quotas ao PSD, gastos de campanha porque há caloteiros que não o fazem, etc. Também não sou isento, porque aceitei pelouros e não alinho na maledicência concelhia, diferente claro, da critica politica, que assiste a todo e qualquer cidadão, e que é o alimento da democracia. Assim, não me custa verificar e até aceitar, que andam por aí alguns órgãos de comunicação social isentos, blogues e bloguistas isentos. Afinal a condição para se ser isento neste concelho é ser do contra, não ter nada para fazer e tal como na parábola da figueira, amaldiçoá-la para ver se seca. Felizmente EU NÃO SOU ISENTO.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pan troglodytes

Ao ler “ Os Senhores do Tempo” de Tim Flannery, o melhor livro sobre o aquecimento global e as alterações climáticas, não pude deixar de reflectir sobre a existência no concelho de Odivelas de alguns exemplares de Pan troglodytes. A minha resistência à colocação do urso na bandeira do concelho, animal que segundo a lenda terá lutado com el rei D. Dinis, foi esboroada quando convoquei os conhecimentos de um eminente botânico, o Professor Doutor Fernando Catarino.
A possibilidade da existência de ursos em Odivelas tem sustentabilidade, pois a existência destes animais acompanhava a mancha de Quercus pyrenaica (carvalhos) na península ibérica e esta mancha vinha até a região de Sintra. Mas sobre a existência de Pan troglodytes, talvez as alterações climáticas encontrem explicação (há opiniões que dizem ter conhecimento da existência de alguns exemplares, mas supunha-se estarem extintos). Não podendo ser atribuída às alterações climáticas a sua ressureição, só me resta dizer que tal como o médico que criou o Frankenstein e lhe perdeu o controlo, em Odivelas tivemos uma experiência idêntica.



Pan Troglodytes tentando perceber o PDM (pão de milho)

Mas como reconhecê-los e até distingui-los do Pan paniscus? É fácil. Os exemplares de Odivelas proferem discursos, que são um rebate de estafados palavrões grotescos e de banalidades descompostas de pensamento e de gramática, indigestas e insípidas, proferidas de ordinário com um bambaleio característico.
Tenho-me interrogado sobre o que poderá ter provocado nestes exemplares, machos e até uma fêmea, que “parece” letrada e até escreve, esses ódios sem razão, esses rancores injustificados, essas invejas acres, esse azedume, e cheguei à conclusão, consultando os meus apontamentos de biologia animal, no tempo de faculdade, que é a ténia. Estes exemplares estão afectados pela bicha e necessitam ser desparasitados, porque o seu modo de pensar, de dizer, e criticar, de atacar, não é uma filosofia, é um verme. Tal como diria Eça de Queirós, o seu mal, o mal do seu espírito, não se cura com princípios, com conselhos, com reflexões, é com pevide de abóbora.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

2010 – Ano Internacional da Biodiversidade

As cegonhas (T1, com vista para o mar)



Litoral Alentejano – cabo Sardão

Fotos gentilmente cedidas pela Ana Gomes

À descoberta das árvores de Odivelas

foto - rua Alves Redol

Família: Myrtaceae
Nome científico: Eucalyptus globulus
Nome vulgar: eucalipto

Não é vulgar utilizar o eucalipto como árvore de arruamento ou de jardim. Na cidade de Odivelas existem 3 aglomerados de eucaliptos em jardins. Na rua Alves Redol e no jardim do Castelinho. Trata-se da espécie mais comum em Portugal, o Eucalyptus globulus. Esta espécie exótica foi introduzida em Portugal em meados do século XIX e é originária da Tasmânia e Austrália. É uma árvore de folhas persistentes, de grande porte, com uma altura que pode atingir os 70 - 80 m em árvores adultas velhas.
A esta espécie de Eucalipto foi-lhe dado o nome de globulus, em virtude dos seus frutos lembrarem os antigos botões do vestuário. As suas folhas têm um odor agradável e penetrante e ajudam a diminuir rinite, bronquite, sinusite e tosse.
Os seus troncos são utilizados pela indústria da celulose para o fabrico de pasta de papel.

fotos - Jardim do Castelinho

terça-feira, 13 de abril de 2010

Tributo a Nascimento Rodrigues



Morreu Nascimento Rodrigues.

Agora que me preparo para voltar à terra que nos viu nascer, o melhor tributo que lhe posso prestar é divulgar o endereço do seu blogue e o seu último post, precisamente Benguela, a minha terra natal.


Obrigado Nascimento Rodrigues.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas

No concelho de Odivelas os paisagistas foram afoitos na colocação de palmeiras. Das vivendas onde dão as boas vindas (apesar de não ser aconselhável a sua plantação nos jardins das vivendas, por necessitarem de bastante espaço, é vê-las como guardiãs à entrada), aos jardins públicos, nas rotundas ou dispostas em alinhamento no meio das vias, umas vezes só, outras fazendo companhia aos jacarandás (urbanização das colinas do cruzeiro), é vê-las majestosas dominando a paisagem.
Já os populares cantavam que "são altas as palmeiras no bairro das Patameiras", (largo das Patameiras e Avenida D.Dinis) talvez as primeiras a serem plantadas na cidade, mas podemos também encontrá-las junto às piscinas municipais e ocupando as pracetas adjacentes.
Eugénio de Andrade na sua poesia convoca por diversas vezes as palmeiras. Na obra Ofício de Paciência, o poeta caracteriza de um modo extraordinário esta majestosa e exótica “árvore”, consagrando-lhes este evocativo texto:

Também o deserto vem
do mar. Não sei em que navio,
mas foi desses lugares
que chegaram ao meu jardim
as palmeiras.
Com o sol das areias
em cada folha,
na coroa o sopro
húmido das estrelas.
(Andrade, 2005: 496)

As palmeiras pertencem à Família Arecaceae e não são consideradas árvores, porque não têm ramos e também não possuem casca e anéis de crescimento e por isso o “tronco” designa-se por espique. Em Odivelas abundam as Washingtonia robusta. Esta palmeira tem origem nos vales da montanha do deserto e nas gargantas de Sonora e baixo México.



Foto Washingtonia robusta na avenida D. Dinis

Foto Washingtonia robusta no largo das Patameiras


Foto Washingtonia robusta junto às piscinas municipais

Ao contrário do que se possa pensar, as palmeiras não têm todas a mesma origem. Com origem em África temos a Phoenix canariensis ou Palmeira-das-canárias e a Phoenix dactylífera ou Tamareira.


Foto Phoenix canariensis


Foto Phoenix canariensis

Na urbanização das colinas do cruzeiro em Odivelas, encontramos alguns exemplares de Phoenix dactylífera ou tamareira. Esta palmeira tem origem no Norte de África. É uma das primeiras plantas cultivadas pelo Homem. Os povos do Norte de África e do Médio Oriente dependem desta palmeira para a sua alimentação há milhares de anos. Da sua seiva pode elaborar-se mel e vinho de palma. Das suas folhas jovens podem confeccionar-se saladas.


Foto Phoenix dactylífera (as mais altas na imagem)

Foto Phoenix dactylífera


Foto Phoenix dactylífera

Foto Phoenix dactylífera


Foto Phoenix dactylífera com as tâmaras

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Jardim das Escadinhas

De mato a jardim.

No espaço conhecido como jardim das escadinhas (nome atribuído pelos alunos da escola Máxima Vaz, contígua ao jardim), localizava-se em tempos um talude cheio de mato e lixo. Os habitantes desta zona da cidade, principalmente aqueles que residem nos prédios circundantes ao espaço, aspiravam há muito, pelo cumprimento das promessas do urbanizador, quando ali compraram os seus andares (ainda não existia o concelho de Odivelas, nem com ele se sonhava). O urbanizador esfumou-se há muitos anos e Odivelas herdou este espaço desqualificado, mesmo no coração da cidade. A câmara municipal resolveu no ano de 2008 e 2009 deitar mãos à obra e transformar este local num lugar aprazível, que pudesse ser desfrutado pelas pessoas.

Fotos construção


O resultado está á vista. O nome faz jus às escadinhas existentes, todas em madeira amigas do ambiente e até a iluminação é constituída por candeeiros solares, que transformam a noite em dia.


Fotos iluminação


Jardim das Escadinhas

quarta-feira, 31 de março de 2010

À descoberta das árvores de Odivelas


Cercis siliquastrum L. ou Árvore-de-Judas

No concelho de Odivelas a Cercis siliquastrum L. ou Olaia como é conhecida, está presente em todas as freguesias, adquirindo todavia maior expressão na cidade de Odivelas, onde como árvore de arruamento embeleza com as suas flores a avenida D. Dinis. É uma árvore de folha caduca, ou seja perde todas as folhas no inverno. Nesta época do ano (final de Março, início de Abril) é vê-la começar a desabrochar com o aparecimento das flores arroxeadas, que aparecem antes das folhas. As flores são comestíveis e têm um sabor acidulado.

Fotos

Família: Fabaceae
Nome científico: Cercis siliquastrum L.
Nome vulgar: Olaia, Árvore-de-Judas

As lendas populares dizem que Judas Iscariotes se enforcou numa Olaia, como arrependimento por ter vendido Jesus, tese muito controversa no seio da Igreja Católica.