segunda-feira, 21 de junho de 2010

José Saramago

Morreu José Saramago. Ao construir o meu blogue, escolhi um pensamento seu como introdução. Não tenho com Saramago, nenhuma afinidade politica, mas decerto partilho alguns pensamentos e algumas preocupações relativamente ao estado a que chegou a Humanidade.
Como ele, também eu sou ateu, mas respeito todos as confissões religiosas e os seus fieis, sem descriminação, sendo um convicto defensor da laicidade do Estado. Da sua obra, apenas conheço alguns livros, os suficientes para admirar a sua escrita. Há homens, que são conhecidos pelo seu país, há países que são conhecidos pelos homens que têm. Saramago pertence a esta última classe e por isso Portugal e todos nós muito lhe devemos. Como ele dizia, acabou.
Por isso, li estupefacto o comentário do articulista Cláudio Toscani, no L’ Osservatore Romano, órgão oficial da Igreja Católica. Escreveu Toscani que Saramago era “populista e extremista, de uma ideologia anti-religiosa e marxista”. Até pode ter razão, mas até Cristo na hora da morte perdoou aos seus algoses pedindo ao Pai que “os perdoasse, porque eles não sabem o que fazem”. Numa igreja abalada por tantos escândalos, Saramago é uma referência, concorde-se ou não com as suas posições politicas, sempre coerentes e eu como português, tenho muito orgulho em que ele tenha contribuído para o bom nome do meu pais, tão maltratado internacionalmente pela crise politica e económica em que vivemos.

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