segunda-feira, 3 de maio de 2010

A parábola da figueira

Ao reflectir sobre o meu dia a dia no concelho e a maledicência(não dos eleitores, mas dos incréus do burgo) a que me sujeito no exercício do cargo de vereador para que fui eleito, não pude deixar de recordar uma história, que sempre me intrigou, a história da figueira estéril, narrada nos evangelhos de uma maneira em Mateus e Marcos, e doutra em Lucas. Para os que não conhecem, eis a história segundo Marcos:

“ No dia seguinte, ao saírem de Betânia, teve fome. E vendo de longe uma figueira com folhas dirigiu-se-lhe a fim de ver se nela haveria alguma coisa, mas não encontrou nada a não ser folhas porque não era tempo de figos. Tomou a palavra e disse: Que nunca mais ninguém coma fruto de ti! E os discípulos estavam a ouvi-lo.(...) E ao passarem na manhã seguinte, viram a figueira seca até às raízes. Pedro, recordando-se, disse: Rabi, eis a figueira que amaldiçoaste, secou”.
(Mc 11, 12-14; 20-21)

Esta intrigante história, que tem feito correr muita tinta ao longo de séculos entre os teólogos, ao transportar-me para Odivelas, lembra-me os detractores do costume, aqueles de que vos tenho falado, os tais que se curam com pevide de abóbora. As eleições autárquicas foram há seis meses. As idéias tal como a figueira ainda estão a criar raízes, mas os incréus deste burgo, alguns autarcas, outros nem isso, já nos exigem figos, descarregando em nós a sua enraivecida frustração, amaldiçoando-nos e tentando com isso secar-nos, tal como à figueira. A agnose desses fulanos é tal, que os aconselho a aprender agricultura, para ver se não procuram figos fora da época.

ps: a época para a figueira ter figos é em Outubro de 2013. Até lá, a figueira aceita de bom grado adubações, mondas, regas e até uma poda de conformação.

Sem comentários: