terça-feira, 2 de março de 2010

OS AZEDOS

Alguns políticos em Odivelas vivem em perpétua guerra, em perpétuo rancor, na inveja inextinguível. Obscuros, sombrios, lúgubres, hostis, vemo-los passar pelas assembleias municipais, ou pelas reuniões de câmara públicas, com o sobrolho duro, a voz baixa, o passo apressado.
Vão tristes, vão violentos e sem saber porquê, pensam vagamente em vingar-se. Para eles debalde o céu se alarga, os bosques cantam.
São os azedos.
Esses homens e mulheres, exaltados, nervosos, anémicos, esses seres a quem Jules Vallès chamou os refractários, têm o aspecto frio e escuro, mas são na sua alma cheios de ambições, de desejos, de ódios, de vontades e de invejas.
Não têm a carne satisfeita, nem o espírito contente.
Odeiam o mundo: odeiam-no porque não foram escolhidos nos seus partidos, ou deles foram excluídos, ou excluíram-se ou então pertencem a pequenos partidos, ou andaram a saltitar de partido em partido, qual tubarão em busca da presa.
E enfatuados de ódio e de inveja, escrevem folhetins e censuram-nos pela sobrecasaca que vestimos e pelo dinheiro que ganhamos!
E atiram-nos em rosto que eles não têm emprego no Estado, o mesmo que os albergou no passado ou a quem recorrem nas horas de aflição para empregar um familiar.
A esses que nos vituperam, apedrejam eu digo: o vosso mal de espírito, não se cura com princípios, com conselhos, com reflexões, é com pevide de abóbora.

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